Dia e noite, esta elegante artéria de Moscovo, de 700 metros de comprimento e chamada por muitos de "Rua das Luzes" devido à sua iluminação, é preenchida de cores com as bandeiras e camisolas de adeptos.

"Num dia normal, a rua Nikolskaia é muito tranquila", explica à AFP Armen, um estudante arménio que vive em Moscovo, lembrando que esta é uma área de lojas de luxo, especialmente desde que em 2013 tornou-se numa rua de pedestres.

Nikolskai Street
créditos: CC| Ludvig14

E o que levou adeptos de todo o mundo a transformar a Nikolskaia num ponto de encontro?

O colombiano Harold Castillo, um estudante de 22 anos, tem a sua teoria: "Cheguei aqui por acaso. Estava a passear por Moscovo e vi estas luzes. Há outras ruas de pedestres, mas esta é magnífica".

Em grande parte da rua, há grinaldas luminosas suspensas a três metros de altura, dando a Nikolskaia uma bela aparência, especialmente quando começa a escurecer. Mesmo antes do início do Campeonato de Futebol do Mundo, já se viam iranianos a confraternizar com sauditas ou adeptos latino-americanos a celebrar a grande festa do futebol nos estabelecimentos desta rua.

Alguns adeptos de futebol deixaram Moscovo para assistir aos jogos das suas seleções noutras cidades:  a maioria dos peruanos foi para Ekaterinburgo, onde na quinta-feira a sua equipa perdeu por 1 a 0 para o Peru, e os tunisinos viajaram para Volgogrado para o jogo deste sábado contra a Bélgica.

Mas o fervor futebolístico e o clima festivo da rua Nikolskaia permaneceu inalterado porque Moscovo continua a ser o coração da Mundial, com dois estádios, e com adeptos sempre a circular pelo centro da capital russa.

Mundial 2018. A
créditos: AFP

Uma Torre de Babel

"É a rua dos adeptos (...) A que tem mais atmosfera, é uma rua de pedestres, que tem segurança e na qual não há risco", explica Mohamed Chaaben, engenheiro tunisino de 28 anos sentado no terraço de uma cafetaria com amigos e com a bandeira do seu país atada ao pescoço.

Para os argentinos, a rua Nikolskaia é como um quartel-general improvisado ao ar livre.

"Disseram-nos que todos os argentinos reuniam-se nesta rua", explica Santiago Saltiva, um vendedor de 42 anos que chegou a Moscovo desde a sua cidade natal, Córdoba, e que tem um grupo no WhatsApp com outrosargentinos, onde recomendaram este lugar.

"Esta rua é como a Torre de Babel", diz. "Aqui estão todas as nacionalidades, todos os países representados e todos falam em idiomas diferentes", afirma.

Mundial 2018. A
créditos: AFP

As autoridades de Moscovo, que não previram que a rua Nikolskaia se iria tornar tão claramente a favorita dos adeptos, tiveram que se adaptar a esta realidade.

Sanitários públicos portáteis foram instalados e foram retiradas as barreiras de acesso que nos primeiros dias bloqueavam a passagem para a parte superior de Nikolskaia .

Para os comerciantes, a onda de visitantes é uma verdadeira bênção. Muitos decidiram ficar abertos 24 horas por dia durante o Mundial, contratando até "funcionários de outros estabelecimentos" para cobrir os turnos extras, explica Maria Kuzina, funcionária de um café de uma grande rede moscovita.

"Previmos um aumento da clientela, mas tem sido muito maior do que o esperado", indica a jovem de 22 anos.

Até agora, e apesar do fato de o álcool fluir em bom ritmo, os incidentes e problemas têm sido muito poucos.

Os vendedores ambulantes também apareceram na rua e a polícia está presente, discreta mas vigilante.

A festa da Mundial acontece até ao dia 15 de julho, dia da final, neste lugar especial para os amantes do futebol.

Fonte: AFP

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