Esta ilha espanhola localizada no Mar Mediterrâneo é a maior do arquipélago das Baleares e tem uma vasta oferta, não só de praias e resorts turísticos, mas também de montanhas e vilas perdidas nas suas encostas.
Embora a maior parte dos visitantes decida ir a Maiorca pelas praias e calas (pequenas praias localizadas em enseadas estreitas entre rochedos), tão famosas pelas águas turquesa dignas de um postal, não menos fantásticas e merecedoras de uma visita são as vilas de montanha que nos remetem para o passado e para as tradições mais ancestrais desta ilha.
Por isso mesmo, aproveitei a minha mais recente viagem a Maiorca, para percorrer algumas dessas vilas. Dediquei um dia completo às vilas situadas na Serra de Tramuntana no noroeste da ilha - Valldemossa, Fornalutx e Deià - e visitei Ses Salines, na costa sudeste, durante um dos dias passado a percorrer algumas das praias mais bonitas de Maiorca.
Valldemossa
No coração da Serra de Tramuntana, no topo de uma colina e rodeada por socalcos, Valldemossa é uma visita obrigatória em Maiorca. Localizada no noroeste da ilha, fica a cerca de 30 minutos de carro da capital Palma e perto de Porto de Soller, outra cidade bastante conhecida. É possível combinar a visita a Valldemossa com Fornalutx e Deià, de que falarei em seguida neste artigo.
Há muito para ver em Valldemossa, pelo que recomendo dedicar pelo menos algumas horas a explorar esta vila. Percam-se a deambular pelas ruas típicas com características casas em pedra decoradas com flores de diversas cores. Encontrarão muitas lojas, cafés e restaurantes com esplanadas, onde vale a pena parar para comer ou beber algo e absorver a atmosfera charmosa de Valldemossa.
Mas a sua herança cultural deve também ser considerada. Uma das principais atrações de Valldemossa é a Real Cartuja, um antigo palácio real que engloba uma igreja, claustros e uma antiga farmácia. O bilhete para visitar este monumento inclui um recital de Chopin. Efetivamente, a beleza de Valldemossa conquistou vários artistas que visitaram a vila ao longo dos séculos. Foi o caso do compositor polaco Frédéric Chopin e do escritor francês George Sand, que passaram algum tempo em Valldemossa e têm agora um museu com os seus nomes.
Outro ponto interessante é o local de nascimento de Santa Catalina Thomas, uma casa situada por trás da igreja de São Bartolomeu, que também vale a pena visitar. Por fim, não percam o miradouro Miranda des Lledoners, com vistas privilegiadas para as paisagens e montanhas circundantes.
Apesar de ser uma vila de montanha, existem algumas praias não muito longe de Valldemossa. Esta vila é também o ponto de partida para atividades outdoor como caminhadas na Serra de Tramuntana, incluindo o trilho para Puig des Teix, um dos picos mais famosos desta cadeia montanhosa.
Fornalutx
Sabiam que podem visitar em Maiorca uma vila que já foi considerada a mais bonita de Espanha? Com mais de mil anos de história, Fornalutx merece esta distinção pelas suas casas de pedra pitorescas, com fachadas típicas e telhados vermelhos.
Para explorar Fornalutx, percam-se nas ruas, vielas e escadarias empedradas que nos parecem transportar numa viagem no tempo para o passado. Vale a pena parar no edifício da Câmara Municipal, que sobressai pela torre de defesa do século XVII, e na Igreja de Fornalutx que remonta ao século XIII, combinando os estilos arquitetónicos gótico e barroco.
Finalmente, dediquem algum tempo a usufruir do ambiente de Fornalutx numa das esplanadas localizadas na Praça de Espanha, no coração da vila.
Deià
Se é verdade que adorei todas as vilas de montanha que visitei em Maiorca, não posso deixar de confessar que Deià talvez tenha sido a minha favorita. Situada nas imediações de Valldemossa, na Montanha Teix e com vistas para o mar, Deià é uma visita obrigatória na ilha.
É parte da Paisagem Cultural das Montanhas de Tramuntana, Património Mundial da UNESCO, constituindo um excelente exemplo das típicas paisagens agrícolas desta zona do Mediterrâneo.
A beleza de Deià cativou diversos artistas ao longo do tempo, que fizeram desta vila o seu lar. Foi o caso do escritor Robert Graves, que descobriu Deià nos anos 30 do século passado, e acabou por adquirir uma casa para a sua família na vila. Esta casa é agora um museu aberto aos visitantes.
O ritmo de vida calmo de Deià e as paisagens circundantes, fazem dela o plano perfeito para uma daytrip simultaneamente cultural e relaxante. Percorram as ruas típicas da vila e absorvam a atmosfera única que se vive. Façam uma pausa na Casa Museu Robert Graves, no Museu Arqueológico e na Igreja de São João Baptista.
Um dos ícones desta vila é o luxuoso Hotel Belmond La Residencia. Mesmo que não estejam alojados no hotel, é possível fazer uma reserva no restaurante (foi o que eu fiz, com bastante antecedência) e usufruir das vistas mais mais espetaculares para Deià.
Após visitar a vila, dirijam-se à Cala Deià, uma enseada rochosa com uma pequena praia e alguns restaurantes incrustados nos penhascos com vistas para o mar, famosos pelo peixe e marisco frescos.
Por fim, para terminar a visita da melhor forma, não percam a Casa Museu Son Marroig, um palácio que pertenceu ao Arquiduque austríaco Luís Salvador. Atualmente pertence a uma família local e é necessário pagar a entrada, mas vale a pena. A mansão aristocrática e o miradouro com vistas para o mar, fazem de Son Marroig outro local a visitar em Maiorca. Atualmente é ainda palco do Festival de Música Internacional de Deià.
Ses Salines
Descobri Ses Salines por acaso, no trajeto de Cala Llombards para a Platja Es Trenc, duas das minhas praias favoritas em Maiorca. Mas gostei bastante do ambiente desta vila que, embora localizada perto de algumas das melhores praias no sudeste da ilha, tem muito mais para oferecer aos visitantes.
Ses Salines tem uma história rica que remonta à Idade do Bronze. Através dos séculos tornou-se famosa devido à produção de sal nas suas imediações. O próprio nome da vila faz alusão a este facto e significa “fonte de sal”. Na zona circundante, poderão encontrar as famosas salinas e pântanos que são habitat natural de diversas espécies de aves, o que faz de Ses Salines um local onde acorrem observadores de aves de todo o mundo.
Para além da beleza natural da região que inclui não apenas as salinas mas várias praias fantásticas (como Platja d’es Dolç, Platja es Carbó, Platja Estanys ou Platja Es Trenc), a própria vila é bastante pitoresca e merece uma visita. A maioria das casas são construídas na típica pedra dourada da ilha, ou numa pedra branca e cinzenta característica desta zona. Existem vários edifícios históricos interessantes como a Igreja de São Bartolomeu construída no início do século XX.
Para mais informações sobre o roteiro completo que a Ana, The Travel in Pink, fez em Maiorca, podem consultar o seu blogue de viagens.
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