Um ou dois dias bastam para descobrir os encantos da capital do pequeno Grão-Ducado, que está entre as mais pequenas nações do mundo com uma área de cerca de 2600 quilómetros quadrados. Mas desengane-se se pensa que o Luxemburgo passa despercebido, ele é também um dos países mais ricos da Europa. As suas fronteiras com França, Alemanha e Bélgica tornam-no num destino estratégico, em jeito de porta de entrada o Velho Continente. Muitas culturas se cruzam no Luxemburgo, o que se denota desde logo no facto de ter três línguas oficiais: o francês, o alemão e o luxemburguês. O português não faz parte desta lista, mas vai certamente ouvi-lo muitas vezes, porque o país, capital incluída, tem uma grande comunidade lusa. Venha então de aí conhecer a charmosa Cidade do Luxemburgo, cujo centro histórico está entre os eleitos do Património Mundial da UNESCO.

Da ponte às praças

Luxemburgo: porque o tamanho não importa
créditos: Boudewijn Huysmans/Unsplash

Entre os cartões-postais da capital luxemburguesa está a Ponte Adolphe, construída entre 1900 e 1903 em homenagem ao Grão-Duque que reinado de 1890 a 1905. Uma das maiores pontes com arco de pedra do mundo, pode ser atravessada a pé ou de bicicleta e oferece uma fantástica vista sobre o Vale de Petrusse. Se quiser uma foto panorâmica do vale, com a ponte incluída, nada como seguir até à Place de la Constitution, uma das paragens obrigatórias no roteiro da cidade. É aqui que se encontra a chamada Mulher de Ouro, obelisco com uma estátua que recorda os voluntários luxemburgueses que lutaram na Primeira Guerra Mundial. O monumento foi destruído pelos nazis em 1940, mas acabou por ser recuperado em 1984 e representa hoje a liberdade e resistência da cidade. Mesmo junto à Place de la Constitution, já no centro histórico, fica a Catedral de Notre Dame, cujas duas torres podem ser avistadas de quase toda a Luxemburgo. Construído pelos Jesuítas em meados do século XVII, mistura a arquitetura gótica com o barroco, tendo a sua última reforma em 1938.

Luxemburgo: porque o tamanho não importa
créditos: Daniel Lloyd Fernandez/Unsplash

Siga até à Place Guillaume II, o spot que é considerado o coração da cidade e um excelente ponto de partida para a visita. Muito movimentada, a praça é cercada por belos edifícios, com destaque para o Hôtel de Ville que, com os seus dois leões de bronze, alberga a câmara municipal. Se quer saber onde foi este local buscar o nome, basta olhar para a estátua. Trata-se do Rei e Grão-Duque Guillaume II de Nassau-Orange montado no seu cavalo. O soberano governou entre 1840 e 1849 e instituiu a primeira constituição parlamentar no grão-ducado. A poucos passos da praça ergue-se o Palais Grand-ducal, ou seja, o Palácio dos Duques, lar do grão-duque do Luxemburgo. Apesar de imponente, o edifício não é tão ostensivo como outros palácios europeus, tem mesmo uma certa simplicidade que o torna único. É possível visitar o interior, mas apenas entre julho e meados de agosto. A Rue du Marché-aux-Herbes, onde se encontra o palácio, vale bem a sua atenção. Lojas e restaurantes concentram-se nesta rua pedonal e pode sempre apreciar melhor a arquitetura do Palais numa das esplanadas. Os mais gulosos não vão, de certeza, resistir às tentações disponíveis na Chocolate House, uma das mais famosas chocolatarias da cidade.

Luxemburgo: porque o tamanho não importa
créditos: WolfgangStuck

Próximo destino: a Place d’Armes, uma praça muito movimentada, onde está o Cercle Municipal. O palácio municipal destaca-se por um friso da fachada que representa a entrega da carta de liberdade aos cidadãos da cidade em 1244 pela Condessa Ermesinde. Acontecem aqui diversos eventos e festividades, como o mercado de Natal e uma feira da ladra durante o verão. Caminhe até ao lado oposto e encontrará na Place Jan Palach o monumento que homenageia os poetas Dicks e Lentz, autores da letra do hino luxemburguês.

A genialidade das casamatas

Luxemburgo: porque o tamanho não importa
créditos: Dan Castiglia

Uma vez na cidade, não deixe de conhecer um dos seus ex-libris: as Casemates du Bock. Construídas no século XVII – e expandidas no século seguinte – estas redes de túneis com funções defensivas encontram-se dentro dos rochedos que sustentam a cidade alta. Milhares de soldados, com os seus cavalos e equipamentos abrigavam-se nestes corredores, que chegaram a ter mais de 20 quilómetros a 40 metros de profundidade. A atração está no inventário do Património Mundial da UNESCO e recebe mais de 125 mil visitantes por ano. Bem perto das casamatas, espera-o o Museu Nacional da História e da Arte. Instalado num edifício moderno, o museu apresenta uma grande coleção arqueológica, entre sarcófagos, ferramentas, lápides ou joias. Pode ainda apreciar pinturas luxemburguesas do século XVIII ao século XX, incluindo obras pós-impressionistas.

Um dia em Kirchberg

Luxemburgo: porque o tamanho não importa
créditos: Lena le Roy/Unsplash

Diga até já ao centro e siga até Kirchberg, o bairro onde se encontram, entre outras atrações, o Centro Europeu. Acessível de carro ou de transporte público, é nesta zona que encontra o Museu Grão-Duque Jean de Arte Moderna, mais conhecido como MUDAM. Para além das obras no interior, o museu vale pelo próprio edifício projetado por Ieoh Ming Pei, o arquiteto responsável pela famosa pirâmide de vidro do Louvre, em Paris. E por falarmos em arquitetura, não deixe de visitar a catedral de vidro erguida sobre um antigo forte de Vauban e decorada com vitrais assinados por Wim Delvoye. Imperdível é também a Philarmonie, com as suas mais de 800 colunas verticais e afamada pela sua acústica excelente. Inaugurada em 2005, a sala de concertos recebe mais de 400 espetáculos por ano e encanta desde logo pela sua arquitetura.

Tão pequena quanto encantadora, a Cidade do Luxemburgo é rica em história, tradição, não esquecendo a modernidade. Reserve o seu voo com a TAP e parta à descoberta deste destino multicultural e surpreendente.