Não há fila no portão e apenas um punhado de visitantes, quase todos os líbios, passeiam entre as imponentes ruínas do sítio arqueológico que é Património Mundial da UNESCO.

Visitar a área, um antigo posto avançado romano na costa sul do Mediterrâneo, é "uma viagem no tempo, um mergulho na história", afirma Abdessalam Oueba, um visitante líbio.

Fundada pelos fenícios e conquistada por Roma, a cidade foi o berço de Setímio Severo, que se tornou imperador de 193 até 211.

O governante travou campanhas militares em toda a Europa e no Iraque, antes de morrer em York, Inglaterra, longe da cidade natal onde havia esbanjado recursos.

Empoleiradas numa encosta com uma vista marcante do Mediterrâneo, as ruínas bem preservadas incluem uma grande basílica, um autódromo e um teatro com até 15.000 lugares.

Após a revolta de 2011 que derrubou Muammar Gaddafi e mergulhou o país em violência, a UNESCO colocou Léptis Magna, juntamente com outros quatro locais líbios, numa lista de património global em perigo.

Mas, até agora, as áreas foram poupadas dos combates, que, em grande parte, pararam desde um cessar-fogo em outubro de 2020.

"Não houve ataques diretos ou ameaças contra Léptis Magna, apesar do conflito", diz Azeddine al-Fakih, chefe do departamento de antiguidades do local.

No entanto, a antiga cidade enfrenta outras ameaças: falta de recursos e apoio do governo.

"Em 2020, finalmente conseguimos lançar projetos que deveriam ter sido concluídos há 50 anos", indica o responsável, listando as instalações sanitárias, os escritórios e uma cerca.

"Mas as escavações arqueológicas pararam, e as operações de manutenção são apressadas e superficiais”, lamenta.

Léptis Magna fica situada em Homs, a cerca de 130 quilómetros da capital Trípoli.