Li o romance “Drácula”, de Bram Stoker, no início da minha adolescência e recordo vivamente como a história e a sua personagem principal me fascinaram, inspiraram e alimentaram durante algum tempo os meus pesadelos. Drácula tinha tudo: um conde misterioso, sangue, terror, amor, morte, suspense, sensualidade e... um castelo envolto em nevoeiro.

O castelo é construído num elevado rochedo e inexpugnável por três lados. Para Este, fica um grande vale, que dá para as montanhas

É assim que é descrita no livro (capítulo 3) a localização do castelo de Drácula e é a partir daqui que surge a conexão com o Castelo de Bran. Este é o castelo que na Transilvânia melhor encaixa na descrição do escritor.

Castelo de Bran
créditos: The Travellight World

Há também a (ligeira) ligação ao Príncipe Vlad Tepes, conhecido como Drácula, e "Vlad, o Empalador" que serviu de inspiração a Stoker para a personagem do Conde. Diz-se que o Príncipe terá visitado e até residido por um breve período no Castelo de Bran. Tenho sérias dúvidas que isto seja verdade…

Mas, mesmo questionando a lenda, não tive problemas em apreciar o castelo por aquilo que ele realmente é: uma magnífica e imponente fortaleza medieval.

O castelo, que beneficiava de uma localização estratégica, na pequena cidade de Bran, perto de Brasov, na fronteira da Transilvânia com a Valáquia, foi mencionado pela primeira vez no século XIV, mas é provável que já existisse no local uma construção mais antiga.

Castelo de Bran
créditos: The Travellight World

Construída entre 1377 e 1382, a fortaleza permaneceu na posse da cidade de Brasov por vários séculos, mas o seu papel militar foi perdendo relevância e, em 1920, era apenas um edifício administrativo. Já parcialmente arruinada, a fortaleza foi oferecida como presente à Rainha Maria, em sinal de apreço pelos seus esforços para unificar a Roménia. A Rainha, que era apaixonada por arquitectura e decoração, trabalhou com Karel Liman, o arquitecto-chefe do Castelo de Peles, na restauração, que transformou a fortaleza numa verdadeira residência real.

A Rainha decorou uma ampla área para si, para o Rei, e para os seus filhos mais novos. No pátio interno, mandou construir uma casa de chá e várias outras estruturas.

Castelo de Bran
créditos: The Travellight World

Quando a Rainha morreu, em 1938, o castelo foi herdado pela sua filha - a Princesa Ileana - que durante a Segunda Guerra Mundial instalou ali um hospital. Em 1947, os comunistas forçaram a Princesa a deixar o país e o espaço foi transformado num museu.

Depois da queda do regime comunista o castelo foi recuperado pelos descendentes da família real e converteu-se, em pouco tempo, numa das atracções principais da Roménia.

Não é difícil perceber porquê: a associação ao mito de Drácula, a decoração, as antigas armas e armaduras e até uma escadaria secreta, por trás de uma lareira, que liga o primeiro ao terceiro andar, fazem deste castelo o cenário perfeito para um romance de vampiros.

I want you to believe... to believe in things that you cannot.
― Bram Stoker, Dracula
Castelo de Bran
créditos: The Travellight World

Sigam as minhas aventuras mais recentes no Instagram e no Facebook

Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World