Quem nunca desejou fazer um retiro para longe de tudo e de todos? Se já o desejou, não se sinta mal, não é o único. Existem vários lugares remotos no mundo, mas poucos como este. No topo de um rochedo verdejante, deparamo-nos com uma única casa em Elliðaey, uma ilha na costa sul da Islândia.
E quando dizemos uma casa, é literalmente uma casa. O arquipélago de Vestmannaeyjar (Ilhas Westman) tem entre 15 a 18 ilhas, além de outras rochas menores. Elliðaey tem um tamanho de 0,4 km2, tornando-a a terceira maior ilha do arquipélago. Não tem população permanente e pouca vida selvagem, à exceção de alguns papagaios-do-mar (espécie protegida pelas leis islandesas, que permitem a sua captura).
A única casa desta pequena ilha não serve de habitação para uma qualquer família islandesa com fobia social, mas sim de abrigo à Associação de Caça da Islândia" (ACI). O próprio governo islandês refere-se a ela como "a casa mais isolada do mundo", mas não foi sempre assim.
Outrora, existia na ilha uma pequena comunidade que vivia da recolha de ovos de aves, da caça e contava com o facto de ser uma zona de muitas chuvas para ter água potável. Porém face às dificuldades (sem eletricidade), o povoado foi abandonando este lugar a partir da década de 1930, até o isolamento completo do local e a construção, em 1953, do único edifício atual, que é o alojamento do ACI.
Por ser tão isolado, Elliðaey é um lugar de fascínio que foi recolhendo várias teorias ao longo do tempo, nenhuma delas comprovadas e todas elas estapafúrdias.
Existem rumores de que a cantora Björk, a figura mais conhecida da Islândia, esteve interessada em viver nesta ilha. Outro boato deu conta de que um milionário excêntrico queria este refúgio para quando o mundo fosse invadido por zombies. Mais, alguns acreditam que esta ilha não existe e que é um truque conseguido através da manipulação digital no photoshop.
Certo é que já serviu de cenário a histórias de ficção policiais, como em 'The Island', do autor islandês de best-sellers Ragnar Jónasson, que fez da ilha um local para um crime.
Existem voos (com escala) desde os aeroportos portugueses até Reiquiavique, a capital islandesa, e para chegar a Elliðaey há tours à volta de 120 euros, a partir de Vestmannaeyjar, a ilha principal do arquipélago.
Chegando lá, terá de se perguntar: "Seria bom viver aqui?".
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