A cidade remota de Mangahurco, na província equatoriana de Loja, a poucos quilómetros da fronteira com o Peru, estava, até há alguns anos, completamente fora do mapa turístico. Agora, cerca de 10 mil pessoas por ano visitam Mangahurco, onde a população residente não ultrapassa os 600 habitantes. O motivo desta afluência turística é o raro florescimento das flores amarelas.
Parte da beleza e da mística do local vêm da mistura de cores. O contraste das flores amarelas com o solo seco e vermelho não deixa ninguém indiferente. Outro factor importante é o tamanho da floresta. São cerca de 40.000 hectares de árvores guayacán que cercam as cidades de Mangahurco, Bolaspambas e Cazaderos. Muitas vezes, todas estas árvores florescem quase ao mesmo tempo, pintando a paisagem com sólidas linhas amarelas que se estendem por todo o vale.
Guayacán é o nome comum de uma série de espécies de árvores que pertencem à família Bignoniaceae. Estas árvores podem crescer até a altura de 20 metros e adaptam-se melhor ao clima quente e aos solos bem drenados da floresta seca do Equador, bem como em certas zonas do México, Panamá, Costa Rica, Colômbia e Peru. A tabebuia chrysantha é encontrada no norte do Peru e no canto sudoeste de Loja.
A curta temporada de florescimento da tabebuia chrysantha faz parte da sua adaptação às condições secas que se fazem sentir na região durante a maior parte do ano. Para conservar a água, estas árvores ficam completamente sem folhas durante a estação seca. Após as primeiras chuvas, as árvores florescem.
A extensão das flores destas árvores muda de ano para ano. Se as chuvas são fracas, ou se começam e param, as árvores florescerão com intervalos. Algumas mais cedo e outras mais tarde na estação chuvosa. Mas se chover bastante durante pouco tempo, toda a floresta se pintará de amarelo em três ou quatro dias.
Depois de alguns dias de chuva as árvores atingem o seu ponto máximo de floração e as flores começam a cair no chão pouco depois. As flores caídas formam um tapete amarelo em torno da base de cada árvore - mas muitas são rapidamente comidas pelas cabras famintas que vagueiam pela área de pastagem.
Para os turistas, o florescimento da floresta guayacán, em Mangahurco, é um evento deslumbrante, mas as pessoas que lá vivem não pensavam nisso até que as campanhas do Ministério do Turismo do Equador começaram a atrair turistas nos últimos 10 anos. A maioria das famílias que vive na região ganha a vida a cuidar de rebanhos de cabras e vacas e através da agricultura.
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