Localizada na margem leste do rio Aude, a cidadela de Carcassonne é um dos destinos mais visitados da França. As suas muralhas abrigam um magnífico castelo, uma basílica e um labirinto sinuoso de ruas estreitas com edifícios pitorescos e praças antigas. É a mais bem preservada fortaleza medieval da Europa e se as suas paredes falassem quem sabe o que nos contariam…
Ao atravessar a ponte velha que liga as duas áreas da cidade, avistam-se logo as 52 torres da cidadela hoje classificada como Património Mundial da UNESCO. É um lugar com uma história conturbada, por vezes sombria, ligada aos dias negros da Inquisição, mas mantém a sua autenticidade e até uma certa aura de romantismo.
No portão principal somos recebidos por uma curiosa estátua, que por algum motivo me recorda a Rainha de Copas do livro “Alice no País das Maravilhas”. Explicam-me porém, que a figura representa Madame Caras, uma lenda local, que se diz ter enganado Carlos Magno quando este sitiou La Cité, há 1.200 anos, ajudando desta forma à vitória da população cercada.
Já dentro das muralhas, os olhos rapidamente se distraem com as muitas lojas de souvenirs e de deliciosas especialidades locais que nos enchem a boca de água, mas o melhor é resistir heroicamente e guardar a tentação para mais tarde, porque antes há muito para descobrir.
A maior atração é o Castelo Comtal, um edifício impressionante construído em 1150 por Bernard Aton sobre as ruínas de uma fortaleza romana. Originalmente o castelo era mais simples e pequeno, mas com o tempo expandiu-se e foi cercado por poderosas muralhas, transformando-se numa fortaleza dentro da fortaleza. O edifício serviu sucessivamente de casa senhorial, residência do Rei de França, espaço militar e prisão antes de se transformar no monumento nacional que hoje podemos visitar.
As muralhas intransponíveis e as suas 52 torres, uma das quais antiga prisão da Inquisição, são merecidamente o centro das atenções. Estendem-se por pouco mais de três quilómetros e envolvem muitas subidas e descidas. É cansativo, mas vale a pena fazer o percurso pois as vistas do topo são incríveis e no final saímos perto da Basílica dos Santos Nazarius e Celsus que abriga um longo vitral central, datado de 1280 — um dos mais antigos da França.
O exercício dá fome e depois de uma manhã passada a explorar o castelo e a basílica, é altura de escolher um restaurante e experimentar uma das especialidades locais: Cassoulet — um prato preparado numa caçarola de barro com feijão branco, salsicha e pato. Acompanhado com um dos vinhos da região (Corbières ou Minervois) a experiência é ainda melhor!
Depois do almoço é tempo de regressar às ruas estreitas e pequenas praças e continuar a explorar os sabores de Carcassonne entrando nas muitas lojas de produtos locais que oferecem provas de queijo, vinhos, doces e até trufas negras.
Onde ficar
A cidadela ainda hoje é habitada e existem cerca de 50 residências permanentes, algumas transformadas em hotéis e B&B, por isso quem quiser passar aqui a noite pode fazê-lo facilmente… Só não se assustem quando tudo ficar silencioso e os fantasmas de um passado conturbado vierem pelos becos escuros sussurrar na vossa orelha… Provavelmente é só uma brisa (mas nunca se sabe!).
Quem for mais assustadiço pode escolher um hotel ou alojamento na cidade baixa, como o Hotel Les Chevaliers que fica bem perto da Cidadela.
Como chegar
A Ryanair tem voos diretos do Porto para Carcassonne que quando marcados com antecedência podem ficar bem baratos.
O aeroporto fica a cerca de 10 minutos do centro da cidade baixa e a 15 minutos da cidadela. O airport shuttle faz a ligação por 6 € por pessoa, mas um táxi também fica barato (à volta de 18€), principalmente se for para mais de duas pessoas.
Espreitem o destaque “Carcassonne” na minha página de Instagram para ver um pouco mais da Cidadela e da bonita cidade que Carcassonne e sigam as stories nesta rede social, para inspiração e ideias para passeios, férias e fins de semana.
Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
Comentários