Mesmo que nunca tenha voado mais alto, tenho a certeza que vai agora planear o primeiro trimestre de 2021. Está decerto nos seus votos quando baterem as doze badaladas! E decidi refletir sobre os motivos que a expert Ana Abrão (@ana.abrao.photo) sugere no seu livro “Outros Mundos”, que se encontra em campanha de pré-venda crowdfunding (https://ppl.pt/OutrosMundos): viajar se quer conhecer cultura, se quer sentir experiências muito fortes, se ama fotografia.

Eu não lhe chamo um livro, chamo de ‘manual do mundo’. Mas é o meu conceito criado mal o vi e até porque conta já com dois prémios internacionais. O que o torna muito diferente é a originalidade. Abra-o e extasie-se com as fotografias e as histórias que brotam de cada contexto de imagem. Eu vejo, revejo e volto à galeria da Ana Abrão. E compreendo porque recebeu tantos prémios nesta área. As pessoas do mundo estão a morar em cada retrato, em cada palavra e em cada página do livro.

A fotógrafa luso-brasileira é licenciada em Psicologia, com Mestrado na área da Psicologia Interdisciplinar com Informática e Doutoramento na área de Informática. Depois trocou o Ensino Universitário (de onze anos!), no Algarve onde reside, pela Fotografia. E encontrou-se pois, tal como ela escreve: “Embebedei-me de liberdade”. E aqui, falemos dessa liberdade de quem criou uma nova forma de fotografar e que nos ensina, pela imagem, a não julgar ‘pela imagem’ ninguém. Ela conta histórias absortas desde ter sido “largada entre fronteiras” de dois países no Oriente até a jantar com uma família onde nunca houve água canalizada. Há tanto neste ‘entre’ que é esse mistério que faz deste novo livro.

Ela decidiu 402 dias da sua vida, ininterruptamente, entre países como Índia, Nepal, Mianmar, Vietname, Camboja, Laos, Tailândia, Singapura, Malásia, Indonésia, Bornéu e Sulawesi. E nós agradecemos muito este seu período de ‘um ano, um mês e uma semana’ pois o trabalho dela é colossal e basta observar o seu projeto. Mas não se trata só de fotografia, trata-se de captar a história inteira de um rosto, de uma dança, de um colocar de vela, de um sorriso, de uma lágrima. E de muitas outras histórias que nos arranham a alma: crianças descalças nas escolas sem direitos, sorrisos que ganham o prémio de humildade pura, viúvas escorraçadas por serem culpadas da morte dos seus maridos, ciganos do mar e casas flutuantes. Coisas culturais que nos transformam, nós os ‘ocidentais’.

O que mais o vai fascinar neste livro é o ângulo e a edição de cada imagem que a fotógrafa trabalha. São os locais remotos de vários países do planeta que ela escolheu para documentar. Nele encontra 12 sequências de fotografias que foram ‘capturadas’ nos lugares mais impensáveis do planeta. Algumas das imagens impressionam, mas a viajante e fotógrafa não revela tudo. Então espere para o que ainda virá nesse livro! É que viajar para países onde há costumes diferentes nem sempre tem exotismo para a sua lente e mente. Há situações que ela conta que não são ‘suportáveis’ para os mais sensíveis. Mas ela narra, em imagem plena, humanidade. Mas nada esconde sobre a nossa representação do que é humanidade.

Ela viveu com sadhus dias e dias, esteve em cerimónias da Índia (o país que ela elege, além do Vietname, como o ‘upmost’) que ninguém conhece, imiscuiu-se num ritual xamânico vietnamita e muito mais.

Abri-lhe o ‘apetite’ dos seis sentidos? Sim, eu disse seis. Por algum motivo. Para viajar, tem de seguir a intuição também.

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