Estas espécies atuam como gestoras dos seus ecossistemas marinhos, mantendo redes alimentares delicadamente equilibradas das quais dependem centenas de milhares de pessoas.
O estudo, publicado na revista Science, é resultado do projeto Global FinPrint, que reuniu mais de 20.000 horas de imagens de vídeo de recifes em 67 países de África, Oriente Médio, Ásia, Australásia e América.
Uma equipa com mais de 100 cientistas descobriu que cinco das espécies de tubarões de recifes mais comuns (cinzento-dos-recifes, lixa, caribenho, pontas-negras-do-recife e galha-branca-oceânico) tiveram uma queda de população de 60% a 70% nos três anos de imagens captadas.
Os dados são de um modelo computacional científico que estimou como teria sido o número de tubarões sem a pressão das atividades humanas nos mares.
O principal autor da investigação, Colin Simpfendorfer - da Universidade James Cook e da Universidade da Tasmânia, ambas da Austrália -, disse à AFP que antes do estudo, não se pensava que os tubarões dos recifes de coral, diferente dos seus primos maiores que habitam os oceanos profundos, estivessem numa situação tão negativa.
As descobertas devem ajudar a atualizar a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).
Segundo Simpfendorfer, o factor avassalador na diminuição destas espécies foi a pesca descontrolada, tanto direcionada aos tubarões por suas barbatanas e carne, quanto da sua captura e abate acidental.
Em termos de impacto, a perda de tubarões causa um efeito dominó ao longo da cadeia alimentar de outras espécies e, indiretamente, pode afetar os seres humanos.
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