No entanto, o dia foi ofuscado por centenas de espectadores que não conseguiram aceder ao bilhete na aplicação da FIFA e entraram no estádio após o início do jogo entre a Inglaterra e o Irão.

"Deveriam atrasar o jogo, se não, não vamos poder assistir", lamentava Anas, de 33 anos, um palestiniano presente para torcer pelo Irão. "Somos seis amigos e nenhum consegue entrar. Pagamos 800 riais catarianos (cerca de 213 euros)!"

"Estamos a trabalhar para resolver o problema o quanto antes", garantiu à AFP um porta-voz da FIFA.

Com um milhão de espectadores esperados ao longo de quatro semanas numa só cidade, a capital Doha, e apenas 75 quilómetros de distância entre os dois estádios mais distantes, os organizadores haviam admitido um risco de "congestionamento".

Porém, os trajetos entre o centro da cidade e os estádios Khalifa, Al-Thumama e Ahmed Ben Ali, onde ocorreram as três partidas do dia, mantiveram-se fluidos.

Às vezes, restavam até alguns bancos livres nas três linhas de metro inauguradas em 2019 e nos milhares de autocarros especiais colocados a serviço do torneio.

Menos de dois minutos na imigração

O aeroporto internacional Hamad - que aumentou a capacidade de 40 para 58 milhões de passageiros por ano há dez dias com a inauguração de uma nova parte - estava cheio ao meio-dia, mas as formalidades aduaneiras e de entrega de bagagens eram rápidas.

Em paralelo, o antigo aeroporto de Doha foi reaberto para acolher voos diários dos países vizinhos do Golfo.

Milhares de adetos sauditas também eram aguardados na fronteira terrestre do Qatar, na véspera da esperada partida entre a Arábia Saudita e a Argentina.

"Cruzar a fronteira tomou-me menos de dois minutos, é fácil", comentou Nawaf Al Zorbian, de 31 anos, ao descer de um autocarro que deixava os espectadores de frente para uma estação de metro da capital.

Para fazer frente a este fluxo de visitantes, foram instalados estacionamentos e uma grande tenda na fronteira, permitindo o processamento de mais de quatro mil pessoas por hora.

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