"Ficámos surpresos em ver de que maneira os extremos climáticos na Amazónia estão conectados com os extremos climáticos no Tibete", disse Jurgen Kurths, coautor de um estudo de cientistas da China, Europa e Israel publicado este mês na revista Nature Climate Change.
Os investigadores usaram dados de todo o mundo sobre a temperatura próxima da superfície ao longo dos últimos 40 anos. Com essas informações, montaram um mapa de conexões climáticas da América do Sul ao sul da África, e dali para o Oriente Médio e, finalmente, o Tibete.
Os cientistas utilizaram simulações de computador para mapear como o aquecimento global poderia determinar essas correlações de longa distância até o ano de 2100.
A partir disso, descobriram que, quando faz mais calor na Amazónia, a temperatura também aumenta no planalto tibetano. Por outro lado, quando chove mais na floresta amazónica, neva menos na região dos Himalaias, que também é chamada de "o terceiro polo" do planeta devido à quantidade de água doce que armazena em forma de gelo.
Com base nos dados disponíveis sobre a quantidade de neve na região, os autores do estudo afirmam ter visto sinais precoces de que o Tibete se está a aproximar, desde 2008, do ponto de não retorno.
O planalto tibetano fornece grande parte da água consumida por cerca de 2 mil milhões de pessoas na Ásia.
Outro artigo publicado na revista Nature Climate Change no ano passado afirmava que a mudança climática ameaça a água armazenada no Tibete, o que coloca em perigo o abastecimento para milhões de pessoas no continente asiático.
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