Durante três dias, entre quinta-feira e sábado, o público poderá assistir, em diferentes locais da cidade de Sines (distrito de Setúbal), no litoral alentejano, a mais de duas dezenas de espetáculos de teatro, circo e dança, ‘performances’ e arte urbana, sob a direção artística e produção da companhia Teatro do Mar.
“Este ano abordamos matérias que estão na ordem do dia, como as alterações climáticas, particularmente as alterações atmosféricas, devido ao excesso de poluição que diz respeito à cidade onde vivemos”, explicou hoje à agência Lusa a diretora artística do Teatro do Mar, Julieta Aurora Santos.
Além das questões relacionadas com a preservação do planeta, a Mostra de Artes de Rua (M.A.R.) vai debruçar-se sobre a crise dos refugiados e das fronteiras, que será “tratada com muita poesia” e “com grande sentido de humor e subtileza”.
O fogo como arte, a mulher e a essência do feminino, a memória e as relações humanas são outros temas abordados.
Ao todo, serão apresentados 23 projetos artísticos, em 30 apresentações, desde espetáculos de circo, instalação de vídeo, banda desenhada, teatro de rua, dança e manipulação de objetos, apresentados por mais de 100 artistas de Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Grécia e Estados Unidos da América.
“São abordagens disciplinares muito diferentes que vão desde a música de rua à dança, passando pelo teatro de rua, pelo circo e instalação, e temos mais uma vez em conta o facto de a programação se pautar por critérios de qualidade e se dirigir a todos os públicos”, revelou a diretora artística.
O evento, apoiado pela Câmara Municipal de Sines, conta com um orçamento de 75 mil euros, é totalmente gratuito e continua a afirmar-se como um ‘porto’ para as artes de rua nacionais e estrangeiras, ao sul do país.
O Jardim das Descobertas, a antiga estação dos comboios, o centro histórico, a Alameda da Paz, o castelo da cidade, o jardim do Rossio, a ribeira e as antigas fábricas romanas são alguns dos 14 ‘palcos de rua’.
Tendo em conta a “grande afluência de público” na edição anterior, que “dificultou a visibilidade de alguns espetáculos”, os promotores decidiram este ano “repetir os espetáculos mais pequenos” e assim “permitir que o público possa escolher os dias sem ficar impedido de assistir a toda a programação”, explicou.
O evento arranca na quinta-feira com um espetáculo de dança urbana, no Largo 5 de outubro, às 21:30, pela companhia francesa Dyptic, seguindo-se uma conversa com o público sobre o processo criativo.
Na sexta-feira, estão previstos nove espetáculos de rua, entre eles ‘performances’ de teatro, circo e dança, em vários locais da cidade, e uma oficina de dança criativa, no pátio das Artes, junto ao Centro de Artes de Sines.
A manhã de sábado é dedicada às famílias com atividades no jardim das descobertas, onde pais e filhos terão contacto com “projetos muito interessantes”, entre eles “uma experiência sensitiva” que convida o público a “entrar numa máquina de cena” e fazer “uma viagem fora do vulgar”.
No mesmo espaço, haverá “300 metros quadrados de jogos interativos e artesanais" com histórias e personagens para “distanciar o público das novas tecnologias”, acrescentou Julieta Aurora Santos.
O último dia será preenchido por um conjunto de espetáculos que prometem "celebrar a rua como espaço de comunhão", estando a festa de encerramento prevista para a madrugada de domingo, no interior do Castelo de Sines, a cargo da dj Caroline Lethô.
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