O certame transfronteiriço, que vai na 24.ª edição e decorre até domingo, é organizado pela autarquia espanhola de Salvatierra de los Barros e pela Câmara de Reguengos de Monsaraz e Junta de Freguesia de Corval.
O evento reúne os dois maiores centros oleiros da Península Ibérica, o alentejano de S. Pedro do Corval e o espanhol de Salvatierra de los Barros, na região da Estremadura, decorrendo em anos alternados em cada concelho.
Na edição deste ano da feira, revelou hoje a organização, participam 25 olarias portuguesas, das quais 13 são oriundas de S. Pedro do Corval.
As restantes 12 olarias nacionais, acrescentou, são provenientes de zonas do país como Algés, Queluz, Cacém, Vila Nova de Milfontes, Caldas da Rainha, Assafora, Mourão, Valongo do Vouga, Baixa da Banheira, Santa Catarina, Amares e Coimbra.
Com a iniciativa ibérica, os promotores pretendem “valorizar a olaria, chamar a atenção para o seu valor artesanal e artístico e apontar estratégias para o seu desenvolvimento económico e profissional”, destacou a Câmara de Reguengos de Monsaraz.
O programa da edição deste ano arranca na quinta-feira, às 18:00, com a cerimónia de inauguração, visita aos stands e à Ermida dos Mártires.
Uma gincana fotográfica, festa ‘zumba’, concertos com a Banda e o Coro Polifónico da Sociedade Filarmónica Corvalense e com a Banda de Música Municipal de Salvatierra de los Barros, sessão de ‘showcooking’ e ‘workshops’ para crianças sobre olaria são algumas das atividades previstas ao longo dos quatro dias.
O setor da olaria também vai estar em análise em jornadas técnicas, que arrancam no sábado e terminam no domingo.
O maior centro oleiro de Portugal
O Centro Oleiro de S. Pedro do Corval é considerado o maior de Portugal, com 22 olarias em atividade, nas quais se continuam a pintar os motivos típicos do Alentejo, como o pastor, a apanha da azeitona e a vindima.
No concelho de Reguengos de Monsaraz foram encontrados vestígios de olaria desde os tempos pré-históricos, nomeadamente de peças feitas à mão, descobertas, por exemplo, em antas da região.
Em 1276, D. Afonso III, no foral Afonsino de Monsaraz, reconheceu privilégios aos oleiros do seu termo, que poderiam assim ter livremente fornos de olaria.
No foral Manuelino, de 1512, também há referência à olaria do concelho e, já em 1905, S. Pedro do Corval teria cerca de 30 oficinas em funcionamento.
A olaria deste centro oleiro é uma marca registada, pois, em 2008, a câmara registou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial as marcas nacionais “Olaria de São Pedro do Corval”, “Rota da Olaria”, “Rota dos Oleiros” e “Olaria”.
A localidade conta também com a Casa do Barro, um centro interpretativo que visa preservar, promover e assegurar a sustentabilidade da olaria local.
Fonte: Lusa
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