Construção no século VII

A Esplanada ocupa 14 hectares na parte elevada da Cidade Antiga de Jerusalém. Fica na parte leste da cidade, setor palestiniao ocupado e anexado por Israel em 1967, e que os palestinianos desejam transformar na capital do Estado a que aspiram.

Chamado pelos muçulmanos de Al-Haram al-Sharif (Nobre Santuário), o lugar abriga o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa (A Distante), santuário mais afastado que, segundo a tradição muçulmana, o profeta Maomé teria visitado. O Domo da Rocha eleva-se acima do lugar, onde o profeta teria ascendido ao céu.

A construção teve início no século VII, após a tomada de Jerusalém pelo califa Omar. Está construída sobre o local do templo judaico destruído pelos romanos no ano 70, que tem como único vestígio o Muro das Lamentações.

Chamada pelos judeus de Har HaBayit (Monte do Templo), a esplanada é o terceiro local mais sagrado dos judaísmo.

Múltiplos confrontos

Israel afirma que não deseja modificar o "status quo" herdado do conflito de 1967. As normas tácitas autorizam os muçulmanos a visitarem a Esplanada a qualquer hora do dia e da noite, enquanto os judeus podem entrar em horários determinados, mas sem a possibilidade de rezar.

Com frequência, porém, ultranacionalistas judeus provocam incidentes, ao rezarem na Esplanada depois de entrarem no local como simples visitantes.

Isto cria tensões com fiéis muçulmanos, que temem que Israel modifique as normas que regulamentam o acesso à Esplanada das Mesquitas. O complexo é administrado pela Jordânia em coordenação com as autoridades palestinianas.

A polícia israelita controla os visitantes não muçulmanos que entram na Esplanada das Mesquitas pelo Portal do Magreb.

O local é cenário de tensão.

Em 1996, uma decisão israelita de abrir uma nova entrada ao oeste da Esplanada provocou distúrbios que deixaram 80 mortos em três dias.

No dia 28 de setembro de 2000, a visita à esplanada de Ariel Sharon, então líder da oposição de direita israelita, foi considerada uma provocação pelos palestinianos. No dia seguinte, os violentos confrontos entre palestinianos e policias israelitas deixaram sete mortos a tiros entre os manifestantes, deflagrando o início da Segunda Intifada.

A julho 2017, dois palestinianos morreram em confrontos com as forças de segurança israelitas. Em agosto de 2019, os choques entre policias israelitas e fiéis na Esplanada das Mesquitas deixaram dezenas de feridos, durante importantes celebrações judaica e muçulmana.

Em 2021, durante o Ramadão, manifestações noturnas em Jerusalém e tumultos que se espalharam até à Esplanada deflagraram 11 dias de guerra entre o movimento islâmico palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e o Exército israelita.

Confrontos eclodiram várias vezes na primavera de 2022, por causa de centenas de mortos entre os palestinianos dentro e ao redor da esplanada.

Líder da extrema-direita de Israel e ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, foi alvo de muitas críticas depois de fazer uma rápida visita à esplanada no dia 3 de janeiro de 2023.

A 5 de abril, a polícia israelita anuncia a detenção, em pleno Ramadãp, de mais de 350 pessoas após confrontos violentos durante a madrugada contra pessoas que definiu como "jovens fora da lei e agitadores mascarados". O grupo estava entrincheirado dentro da mesquita de Al-Aqsa.