"A maior parte do comércio encerrou. Algumas lojas ainda abriram de manhã, mas encerraram depois de almoço", afirmou a secretária-geral da Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE), Mariana Candeias, em declarações à agência Lusa.

A responsável disse não ter a certeza de que todos encerraram, porque "nem todos contactaram a ACDE e nem todos são seus associados", mas frisou que "a maior parte, pelo menos, no centro histórico de Évora encerrou".

"Alguns estarão à espera para ver se há clientes", admitiu Mariana Candeias, notando que na Praça do Giraldo, considerada a sala de visitas da cidade, classificada como Património Mundial, "circulam poucas pessoas e as esplanadas estão vazias".

Segundo a secretária-geral da ACDE, o mesmo cenário verifica-se na área da restauração, com a maioria dos estabelecimentos do centro histórico da cidade a ficar de portas fechadas.

"Alguns dizem-nos que têm receio, porque continuam a chegar turistas à cidade que não são controlados e o facto de estarem de portas abertas estão a expor-se", para além de terem "poucos clientes", sublinhou.

Também a ACDE está de portas fechadas, estando a prestar apoio aos cerca de 900 associados, a maioria de Évora, através de telefone ou correio eletrónico.

Mariana Candeias afirmou que a associação está preocupada com o "grande impacto" que o novo coronavírus (Covid-19) vai ter na economia e pede ao Governo que adote novas medidas de apoio para o setor do comércio e restauração.

"Só o crédito não chega, porque só vai fazer com que [os comerciantes] fiquem mais endividados", considerou, reivindicando "isenções na Segurança Social e nos pagamentos por conta e um período de carência para custos fixos, como rendas, águas e luz".

"Há muitos espaços comerciais e de restauração que dificilmente vão conseguir fazer face aos custos, logo a partir dos custos fixos, se isto durar muito tempo e, como sabemos, é possível que dure", acrescentou.

Também em declarações à Lusa, o diretor do centro comercial Évora Plaza, Bernardo Cabral Meneses, revelou que a afluência ao espaço "tem decaído imenso" desde o final da semana passada, precisando que "o número de entradas diárias caiu para cerca de um terço".

O mesmo responsável indicou que o Évora Plaza não tem lojas fechadas, à exceção do ginásio que funciona no centro comercial, adiantando que o horário de funcionamento, das 09:00 às 23:00, não foi alterado.

"Demos a possibilidade aos lojistas de reduzirem o horário de funcionamento das lojas para oito horas no mínimo. Podem abrir até as 12:00 e encerrar a partir das 20:00", realçou.