O famoso jornalista britânico ao serviço da estação de televisão CNN, Richard Quest, entrevistou esta semana Pedro Franca Pinto, fundador e CEO do Craveiral Farmhouse, para a rubrica “Voices of the Crisis”, do programa Quest Means Business, considerando uma “missão nobre" o facto de este projeto hoteleiro ter mantido todos os postos de emprego e ativado a realização de trabalho em prol da comunidade, apesar da crise provocada pela pandemia de Covid-19.
Enquanto a maioria dos hotéis em Portugal, na Europa e no mundo fecham voluntariamente as portas, cancelam todas as reservas e enviam a maioria dos funcionários para casa sem garantia de salário ou certeza de um emprego futuro, Pedro Franca Pinto mantém o Craveiral Farmhouse operacional.
Foi precisamente essa atitude de resiliência que também esteve em destaque numa entrevista realizada pela jornalista Debbie Pappyn, emitida no dia 15 de abril, no canal de rádio da britânica MONOCLE.
Respeitando todas as diretrizes governamentais respetivas à hotelaria, este projeto de Turismo na Natureza, em São Teotónio, perto da Zambujeira do Mar, recusou recorrer ao layoff total dos seus 22 funcionários e decidiu manter portas abertas e todos os postos de trabalho, seguindo a convicção, partilhada por toda a equipa, de que permanecer em funcionamento e implementar todas as recomendações das autoridades de saúde, é também uma forma de contribuir para travar a pandemia, mantendo-se fiel aos princípios que levaram à criação do Craveiral.
“Cumprir e manter os princípios de integridade e sustentabilidade é o nosso maior património e é a nossa maneira de continuar a agregar valor ao projeto, apesar de todas as perdas de rendimento”, explica o fundador do Craveiral Farmhouse.
“Estes valores não deve ser postos em causa em momentos de dificuldades”. Algo que a CNN considerou ser uma história “fascinante” em tempos de pandemia, já que garantir postos de trabalho em plena crise económica é um reflexo “dos princípios de integridade” deste projeto.
Sem hóspedes, além de quatro famílias que já lá alojadas estavam no início do isolamento social e que por lá decidiram ficar, o Craveiral Farmhouse, um projeto que desde a sua abertura, há cerca de dois anos, se pauta por princípios de sustentabilidade, decidiu assumir-se uma vez mais como um contribuidor ativo da comunidade local.
Colocou de imediato ao dispor das Autoridades Portuguesas e de todas as pessoas da região as 38 casas isoladas que constituem esta unidade hoteleira para cuidados profiláticos, quarentenas obrigatórias e hospitalização domiciliária. E passou também a distribuir gratuitamente refeições às autoridades locais, além de ter disponibilizado a estrutura do hotel para a confecção e distribuição de refeições porta a porta num raio de 5km, com um custo simbólico de €3 por refeição, dando prioridade aos idosos, caso a resposta da entidades locais não fosse suficiente.
A economia local é o futuro
“Nunca a economia local fez tanto sentido como agora, pois é a economia local que nos permitirá a todos gerar níveis mínimos de sustentabilidade”, afirma Pedro Franca Pinto, que também tem aproveitado este período para criar novas parcerias com produtores e artesãos locais, contribuindo dessa forma para a dinamização da economia da região.
Ao mesmo tempo, mantém a toda a sua equipa ativa com trabalhos de melhoramentos e manutenção dos 9 hectares deste Turismo da Natureza, um investimento diário de criação e inovação que tem como retorno não só a motivação dos funcionários, como a preparação pormenorizada das instalações deste hotel para a chegada dos clientes após o período de confinamento e, é claro, a reafirmação dos princípios pelos quais este projeto se rege. "Algo que tem um valor intangível”, conclui.
O Craveiral Farmhouse já está a receber reservas para os meses de julho e agosto. Com a área construída de apenas 4% dos nove hectares de área total da propriedade, as casas isoladas do Craveiral, todas elas independentes e equipadas com kitchenette ou cozinha permitem manter o distanciamento social, e uma estadia com grande qualidade de vida e segurança.
Até Richard Quest deixou no ar a promessa: “Se Portugal estiver no meu caminho, certamente irei fazer-vos uma visita”.
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