O alpinista nepalês Kami Rita Sherpa alcançou esta quarta-feira (17) o topo do Monte Evereste pela 27ª vez, o que representa o recorde de escaladas à maior montanha do mundo.
"Ele alcançou com sucesso o cume esta manhã ao guiar um alpinista vietnamita", declarou à AFP Mingma Sherpa, da empresa Seven Summit Treks.
A temporada começou de maneira trágica no Evereste em 2023, todavia, com o desaparecimento de três alpinistas nepaleses em abril e o desaparecimento de um americano no início de maio. Esta quarta-feira, um alpinista moldavo de 46 anos morreu na montanha.
O Nepal tem oito das 10 maiores montanhas do mundo, incluindo o Evereste, com 8.849 metros de altura. O país recebe centenas de alpinistas durante a temporada de escalada na primavera, quando as temperaturas aumentam e os ventos têm menos intensidade.
Também nesta quarta-feira, o guia britânico Kenton Cool chegou ao cume do Evereste pela 17ª vez, ampliando o seu recorde de maior número de escaladas ao monte para um não-nepalês.
Kami Rita Sherpa, 53 anos, bateu o recorde pela primeira vez em 2018, quando escalou o Evereste pela 22ª vez.
Porém, no domingo passado, o alpinista Pasang Dawa Sherpa, 46 anos, igualou a sua marca anterior com 26 escaladas até o topo da montanha.
"O homem do Everest"
Conhecido como "o homem do Everest", Sherpa nasceu em 1970 em Thame, um vilarejo do Himalaia que é berço de vários alpinistas de grande sucesso.
Sherpa cresceu no vale do Himalaia a observar o seu pai e o irmão a trabalharem em expedições como guias de montanha, antes de seguir os seus passos.
Com mais de duas décadas como guia, Kami Rita Sherpa escalou pela primeira vez os 8.849 metros do Evereste em 1994, quando trabalhava para uma expedição comercial.
Desde então, escalou a montanha quase todos os anos, geralmente liderando a primeira equipa que fixa as cordas para abrir o caminho até o "teto" do planeta.
"Os recordes não foram atingidos com a intenção de fazê-los, mas como parte do meu trabalho enquanto guia", declarou Sherpa à AFP em abril, quando seguia para o acampamento base.
As autoridades do país emitiram este ano 478 autorizações a alpinistas estrangeiros, com uma tarifa de 11 mil dólares (à volta de 10 mil euros). O custo total para escalar o Evereste oscila entre 45 e 200 mil dólares (entre 41 e 184 mil euros).
Como a maioria precisa de um guia local, os especialistas calculam que mais de 900 pessoas, um recorde, tentarão escalar o topo do mundo nesta temporada, que vai até o início de junho.
A indústria do alpinismo no Himalaia é baseada na experiência dos guias, geralmente nascidos nos vales do Evereste.
O grupo paga um preço elevado por acompanhar centenas de aventureiros todos os anos ao "Topo do Mundo". Um terço dos mortos no Evereste são alpinistas nepaleses.
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