Na madrugada de 5 para 6 de janeiro, os grupos de reiseiros vão voltar a sair à rua para celebrar este ritual secular, em várias localidades do concelho, pintando e cantando às portas das casas os testemunhos e desejos de felicidade e prosperidade para o ano que começa.

Graças ao Roteiro do Pintar e Cantar dos Reis, a tradição pode ser acompanhada de perto, seguindo o trilho dos vários grupos de reiseiros ao longo da noite.

O trajeto, que durará cerca de 5 horas, terá passagem por localidades históricas no que respeita à celebração deste ritual, casos de Casal Monteiro, Catém, Mata, Penafirme da Mata, Olhalvo, Pocariça, Bairro, Cabanas do Chão, Cabanas de Torres, Paúla, Abrigada e Ota.

A participação é aberta a toda a população, de forma gratuita, mediante inscrição, com a autarquia a garantir o transporte durante todo o percurso, que começa (22h) e termina em Alenquer, junto ao edifício dos Paços do Concelho.

Com este roteiro, o município procura sobretudo dar a conhecer esta tradição ancestral, mas também garantir a sua celebração em gerações vindouras, assumindo-a como uma das grandes imagens de marca do concelho no país.

O Pintar e Cantar dos Reis inclui, numa só prática, aspetos ligados à festa e aos ritos, mas também à linguagem escrita, aos cantares e aos cultos.

Estrelas, vasos, flores ou corações, são algumas das expressões artísticas que ficam marcadas de ano para ano, nas fachadas e muros das casas, como reflexo da identidade de um povo.

Crê-se que o ritual tenha sido trazido pelas ordens mendicantes, assente nos cultos de encomendação das almas, e foi perpetuado em Alenquer por influência das ordens religiosas existentes no concelho.

A tradição resistiu ao tempo e tem sido capaz de rejuvenescer a cada ano que passa, junto das comunidades do concelho.

O que começou por ser uma tradição celebrada por homens, conta com a presença cada vez mais acentuada de mulheres, assim como de jovens em geral, contribuindo para uma maior heterogeneidade e dando boas perspetivas para o futuro.