Para comermos devidamente o pão de ló de Soajo devemos esquecer a etiqueta. Temos uma ideia mais fiel do que carateriza o pão de ló se comermos uma fatia à mão.
Diz Debra Abelheira que os “clientes gostam mais quando está húmido. Quando cola o dedo à fatia do bolo.”
Debra Abelheira é quem dá continuidade a uma dupla tradição familiar.
Por um lado, do estabelecimento comercial, a Padaria de Soajo, (concelho de Arcos de Valdevez) situada na zona histórica da vila: “Foi o meu bisavô que abriu esta loja. Depois passou para o meu avô e para os meus pais”.
Por outro lado, dá seguimento à produção do pão de ló, “uma criação da minha mãe, na década de 80, após ter emigrado para os Estados Unidos.”
O pão de ló é feito com 10 a 12 ovos, farinha e açúcar. O modo como é confecionado e a escolha dos ingredientes permite que a textura tenha alguma humidade. “Foi o segredo que ela nos deixou. Como fazer de modo a que tenha esta humidade.”
O resultado foi conseguido através de um trabalho permanente de experimentação e “a marca está registada. Só nós é que os fabricamos.”
O pão de ló ultrapassa a serra do Soajo e tem clientes “desde o tempo da minha mãe. Muitos de Barcelos, Vila Verde, Amares, Ponte de Lima. Vêm buscar pão de ló nas épocas festivas. Este ano temos também postos de venda em Arcos de Valdevez e com fornecimento, não diário, em Ponte de Lima. Há também um supermercado em França que nesta altura leva muitos para vender.”
Por vezes aceitam encomendas por correio, mas receiam que a entrega possa demorar e ao fim de uma semana o bolo fica seco e perde a sua principal característica.
Falta provar, pegar numa fatia, à mão, e “muitos comem a acompanhar com vinho do Porto. Eu gosto com café. Há ciclistas que costumam vir de manhã e bebem uma coca-cola para restabelecer energias e comem uma fatia de pão de ló. Varia muito.”
Pão de ló de Soajo para comer à mão e húmido faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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