Dia 1

Chegamos ao Faial, a convite do Turismo dos Açores, e fomos recebidos pela nossa guia para os próximos dias, Alda Pimentel, da agência Aerohorta, que recomendamos. Desembarcamos no cais que recebe os barcos de outras ilhas açorianas, uma vez que vínhamos de São Jorge numa agradável viagem a contemplar as ilhas do triângulo: Pico, Faial e São Jorge.
Para descansar
  • Peter Café Sport
    Depois de fazer check-in no Hotel Horta, seguimos para o café mais emblemático da ilha. Mais do que um café, o Peter é uma referência para todos os que chegam ao Faial. Na mesma família há quatro gerações, tudo começou ainda no século XIX, mas foi no século XX que José Azevedo, filho do fundador Ernesto, afirmou-se como uma referência para os que chegavam de barco ao Faial e precisavam de ajuda ou apenas de uma refeição quente. O resto é história que pode descobrir, se visitar este espaço emblemático preenchido com as bandeiras dos barcos e outras curiosidades relacionadas com o mundo náutico. Serve refeições com doses generosas e preços acessíveis, sendo, por isso, uma ótima opção para almoçar, jantar ou para beber um copo de "gin do mar" ou outra bebida. Saiba mais sobre a história do Peter na ligação abaixo.
  • Museu do Scrimshaw
    No andar de cima do Peter, encontra-se o Museu do Scrimshaw, que exibe uma ampla coleção da arte de entalhe e gravação ou pintura nos dentes e ossos da mandíbula de cachalotes. Além de ficarmos a conhecer a história da família Azevedo, temos uma introdução ao período da baleação no Faial. Quando se caçavam cachalotes, tudo era processado, apenas sobravam as partes mais duras do animal que começaram a ser aproveitadas como forma de expressão artística pelos homens que participavam da caça à baleia. Através das peças expostas, numa das maiores coleções do mundo, é possível perceber como era uma atividade sofrida e com muitos riscos associados. O bilhete para o museu custa 2,5 euros.
  • Marina da Horta
    É a mais importante dos Açores e a quarta marina mais visitada do mundo. A sua localização oferece um excelente abrigo contra os ventos de todas as direções e faz dela uma escala quase obrigatória para os veleiros que viajam das Caraíbas em direção ao Mediterrâneo. Os mastros dos barcos ali parados marcam a paisagem com vista para o Pico, mas são as pinturas no chão que mais chamam atenção. É uma tradição cumprida por quem por ali passa: deixar uma pintura alusiva à embarcação e à viagem nos paredões. Diz-se que também é um ato boa ventura para o resto da jornada. Ponto de encontro entre iatistas e aventureiros que cruzam os mares, a bela marina é a essência desta cidade virada para o Atlântico.
  • Centro histórico da Horta
    Depois de deixar a marina, seguimos pelo calçadão da Avenida 25 de abril, até cortarmos para o interior das ruas da cidade. O centro histórico é pequeno e visita-se bem a pé. Entre os pontos de interesse destacam-se: Praça da República, Torre do Relógio (na imagem ao lado), Jardim Florêncio Terra, Império do Divino Espírito Santo dos Nobres, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Igreja de São Salvador ou Igreja Matriz e Igreja das Angústias. Nos arredores do centro histórico, encontramos muitas vivendas construídas na época em que ingleses, alemães e americanos trabalharam nas estações cabo-telegráficas instaladas na ilha do Faial.
  • Miradouro do Monte Carneiro
    Neste miradouro, a 287 metros de altitude acima do nível do mar, é possível contemplar várias paisagens da ilha. A começar belas duas baías: da Horta e de Porto Pim. É também possível observar o Vale dos Flamengos, lugar onde se estabeleceram os primeiros colonos da ilha. Em 1465, o nobre Joss van Hurtere, que viria a ser o primeiro capitão-donatário da Horta, desembarcou no Faial à procura de ouro e estanho, com mais 15 compatriotas. Os flamengos não encontraram o que procuravam, mas estabeleceram-se na ilha, juntamente com emigrantes do Norte de Portugal.
  • Restaurante Genuíno
    À entrada do restaurante, vemos um mapa-mundo com vários pontos assinalados. É a primeira referência às viagens de Genuíno Madruga que realizou duas voltas ao mundo em veleiro solitário. Ao entrar no estabelecimento, a decoração é toda ela um álbum de memórias destas aventuras. O restaurante, com vista para a bela praia de Porto Pim e para as antigas muralhas da cidade, tem uma ementa variada, mas o peixe fresco é o destaque. Saboreamos uns filetes de veja deliciosos, acompanhado com um copo de vinho branco do Pico. No final, tivemos a oportunidade conversar um pouco com este aventureiro nascido no Pico e criado no Faial que nos contou sobre a sua história até conseguir concretizar o sonho de viajar pelo mundo num veleiro. Leia a seguir mais sobre esta história.
 

Dia 2

Um belo dia de sol fez com que a vista para a montanha do Pico, que tínhamos do Hotel Horta, ficasse deslumbrante. Depois do pequeno-almoço, seria altura para rumar ao porto e navegar em direção aos cachalotes. Será que conseguimos encontrá-los? Seria apenas o começo de um dia recheado de experiências e paisagens fora de série.
Para descansar
  • Observação de cetáceos no Faial
    A partir da marina da Horta é possível embarcar num passeio de observação de baleias e golfinhos, uma atividade “obrigatória” para quem está de visita a esta ilha que tem um dos principais e mais dinâmicos centros de observação e estudo de cetáceos dos Açores. O arquipélago é um dos maiores santuários de vida marinha do mundo, sendo possível observar dezenas de espécies de baleias e golfinhos. Na Horta, existem várias empresas especializadas em whale watching (observação de cetáceos). Nós embarcamos num dos barcos da Norberto Diver, uma referência na ilha. Leia a nossa experiência no link a seguir.
  • Restaurante Kabem Todos
    Com vista privilegiada para a baía da Horta, este restaurante tem serviço buffet (ao almoço) ou à carta, num ambiente descontraído. Para entradas, experimentamos uma tábua de queijos açorianos com compota de figos. Seguiu-se um belo atum braseado em cama de legumes e, de sobremesa, gelado de serradura. Estava tudo delicioso. Preparem-se para comer muito bem nesta ilha.
  • Miradouro de Nossa Senhora da Conceição
    Este miradouro fica na freguesia da Conceição, na Ponta da Espalamaca, nome que deriva do holandês Speldemaker, fruto da colonização flamenga da ilha. A partir daqui é possível ter uma vista fantástica para a cidade da Horta, a freguesia da Praia do Almoxarife, os campos envolventes, a ilha do Pico, e as ilhas de São Jorge e Graciosa, se o tempo assim o permitir. O verde é uma constante na ilha do Faial, com os campos cultivados, os quintais das casas com sebes verdes para proteger as árvores de fruta, e os pastos delimitados por muros de hortênsias. Aquando a floração das hortênsias, a ilha fica coberta de azul, daí ter recebido a designação de ilha azul pelo escritor Raul Brandão.
  • Jardim Botânico do Faial
    Seguimos para a freguesia dos Flamengos para conhecer o Jardim Botânico. Aqui o foco é a conservação da flora endémica dos Açores, como nos explicou João Melo, diretor do Parque Natural do Faial, durante a visita. No espaço, é possível fazer uma viagem pelas 75 espécies originárias dos Açores, imaginando como seriam as ilhas antes da chegada do homem. Para preservar estas plantas únicas das florestas de nuvens açorianas, existe no Jardim Botânico um banco de sementes. Se é um amante da natureza e quer saber mais sobre a flora do arquipélago, bem como sobre a ilha do Faial em específico, este é um lugar imperdível. Há vários preços para os bilhetes: residentes e crianças até aos 6 anos não pagam, dos 7 aos 14 anos e sénior – 3,75€, adultos – 7,50€, família (dois adultos e filhos até aos 14 anos) – 15€.
  • Caldeira do Faial
    Um lugar único que nos arrebata o olhar de imediato. É a cratera do maior vulcão da ilha do Faial, com cerca de 400 metros de profundidade e 2 km de diâmetro. É Reserva Natural por albergar populações raras de flora endémica dos Açores, por isso mesmo, só é permitido descer a cratera na companhia de um guia. Existe, contudo, um trilho que a circunda e que proporciona vistas fantásticas.
  • Miradouro da Ribeira das Cabras
    Este miradouro, na freguesia da Praia do Norte, mostra como esta parte da ilha foi afetada pela a erupção vulcânica do vulcão do Cabeço do Fogo em 1672, sendo possível observar a zona dos mistérios, onde a escoadas lávicas ainda preenchem a paisagem e não há nada construído. Deste ponto também se pode observar a Fajã da Praia do Norte e as formações montanhosas onde assenta do Vulcão dos Capelinhos.
  • Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos
    “Este Centro de Interpretação faz-nos recuar até 1957, ano que marcou para sempre a história da vulcanologia mundial, quando a 27 de setembro um novo vulcão nasceu no mar, o vulcão dos Capelinhos. Esta erupção, que se prolongou até 24 de outubro do ano seguinte, provocou uma forte alteração na geomorfologia da ilha do Faial, e mudou para sempre a vida daqueles que a testemunharam”. A paisagem é lunar, destacando-se o farol, que ainda continua, em parte, submerso nas cinzas. Para conhecer mais sobre este vulcão e sobre a formação do arquipélago dos Açores, este é um local de visita obrigatória. É também um sítio fantástico para contemplar o pôr do sol. Os bilhetes completos custam: 10€ - adultos, 5€ - júnior e sénior, pack família - 20€. Nas ligações a seguir encontram mais informação sobre esta paisagem única.
  • Centro de Artesanato do Capelo
    Conheça o artesanato tradicional dos Açores e compre souvenirs originais. Aqui vai encontrar artesanato feito com escamas de peixe, folha de dragoeiro ou de milho, com vime ou junco, bordados e esculturas em basalto, entre outras peças.
  • Restaurante Príncipe Gastro Bar
    Para um jantar descontraído e com um menu original, o restaurante Príncipe Gastro Bar pode ser uma boa opção. Há pratos de carne e peixe e opções mais ligeiras, como o hambúrguer artesanal de novilho com cebola caramelizada, que foi a nossa escolha e estava muito bom. As sobremesas também não desiludiram.
 

Dia 3

O último dia na ilha azul foi dedicado ao legado dos Dabney e à antiga fábrica da baleia de Porto Pim.
Para descansar
  • Monte da Guia
    Miradouro com vista privilegiada para a cidade da Horta e para a baía de Porto Pim. O Monte da Guia é um antigo vulcão com origem no mar que se juntou à ilha do Faial, tal como aconteceu com o vulcão dos Capelinhos, mas muito mais antigo. É classificado como Área de Paisagem Protegida pela sua formação geológica, fauna e flora endémica.
  • Casa dos Dabney
    Com vista para a baía de Porto Pim, está aquela que foi a casa de veraneio da família Dabney, cuja presença no Faial foi de grande importância, e que hoje é um museu. A família Dabney instalou-se no Faial em 1806, quando John Bass Dabney foi nomeado Cônsul Geral dos Estados Unidos nos Açores. Três membros da família (John, Charles e Samuel) exerceram sucessivamente este cargo ao longo de um século, contribuindo para o crescimento da cidade da Horta que se tornou um importante ponto nas rotas comerciais entre Europa e América. É na adega desta casa que podemos ficar a conhecer mais sobre a história desta família vanguardista. Bilhete completo custa 3,5€.
  • Praia de Porto Pim
    Descemos até à praia de Porto Pim, um areal extenso, com águas calmas e transparentes, protegido pelos vulcões do Monte da Guia e do Monte Queimado. É a praia mais frequentada da ilha do Faial. Convida a um mergulho nos dias de verão e é ideal para um passeio em família. Vejam no artigo abaixo mais informações.
  • Fábrica da Baleia de Porto Pim
    A Fábrica da Baleia de Porto Pim é um complexo industrial que se situa na parte sudoeste da baía Porto Pim, na encosta do Monte da Guia. Mantém-se como um dos melhores exemplares da extinta indústria baleeira açoriana, essencial para a compreensão histórica, económica e social dessa atividade. Aqui é possível perceber como se caçavam os cachalotes e como estes eram processados para obtenção dos subprodutos comerciais (óleo de toucinho e aproveitamentos e farinhas de carne, ossos e sangue), muito procurados até aos anos 60 do século XX. No andar de cima, há um esqueleto de cachalote que impressiona e podemos ficar a saber mais sobre este animal fascinante, cuja caça foi proibida em 1985. Bilhetes: adulto – 4€, sénior e júnior – 2€, pack família – 8€.
  • Restaurante Canto da Doca
    Despedimo-nos do Faial num restaurante com vista para a marina e com uma particularidade: o peixe, o marisco e a carne vêm crus para a mesa e os clientes podem grelhá-los numa pedra vulcânica quente. É uma experiência divertida e saborosa.

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