Já estivemos duas vezes na Islândia. E, muito provavelmente, voltaremos mais vezes. Porque é absurdamente bonito, porque está a poucas horas de avião, porque é um buffet fotográfico, porque somos uns fracos e não resistimos a um país bonito e, ainda, porque é um daqueles sítios onde dá para nos sentirmos uns grandes aventureiros a desbravar caminho de autocaravana e a dormir onde calha, sem os riscos normalmente associados a esse tipo de viagem.

Antes de mais, o que é necessário para uma road trip na Islândia?

1. Uma van ou autocaravana. Há atualmente dezenas de empresas de aluguer por onde escolher e vários tipos e tamanhos de veículos disponíveis. Nós optámos por um modelo onde desse para viajarem 3 pessoas sentadas, com fogão, frigorífico, utensílios de cozinha e, claro, cama.

2. Uma visita aos supermercados locais para encher o frigorífico e a dispensa do carro e outra visita a uma estação de combustível para atestar o depósito.

3. Ler, atenta e religiosamente, as melhores dicas para uma road trip na Islândia, uma das nossas publicações com mais visitas: as melhores dicas para uma viagem à Islândia.

1.º Dia

Depois de abastecer o carro de comida no Bonus, Kronan ou no Netto é hora de sair de Reykjavík em direção ao Thingvellir National Park (25Km), o primeiro parlamento democrático do mundo e o ponto de encontro das placas tectónicas da Euroásia e América do Norte. Passeio pelas fissuras, visita às cascatas Oxarárfoos e piscina Drekkingarhylur. Snorkel na fissura de Silfra (quem preferir pode mergulhar com escafandro).

Thingvellir National Park
Thingvellir National Park Thingvellir National Park créditos: Mundo Magno

Conduzir 60Km para a área geotérmica de Haukadalur onde se encontra o Geysir e o Strokkur. Daí seguir para a cascata Gullfoss e Kerio (cratera de um vulcão num terreno privado e com uma entrada que custa 400 coroas por pessoa). Piscinas geotérmicas Gamla Laugin (2500 coroas por adulto). Seguir depois até à lindíssima cascata Seljalandsfoss e a, atualmente já não tão desconhecida e escondida, cascata Gljúfrabúi, a cerca de 200 mts da Seljalandsfoss e passar aí a noite (free camping).

Seljalandsfoss
Seljalandsfoss Seljalandsfoss créditos: Mundo Magno

2.º Dia

Conduzir alguns minutos até à cascata Skógafoss (não se esqueçam de subir a escada lateral para apreciar as vistas). Seguir depois para uma cascata secreta só para quem segue o Mundo Magno, podemos não ter descontos da Prozis mas temos cascatas: conduzam até ao fim do museu Skogar, estacionem, caminhem pela parte de trás do edifício e passem uma cancela. Depois de uma pequena caminhada pelo canhão chegam à lindíssima e livre de turistas cascata Kvernufoss.

Seguir para o glaciar Sólheimajökull onde é possível fazer caminhadas no glaciar e passeios de mota de neve no Inverno. Caminhar 4Km para cada lado para visitar o Sólheimasandur plane wreck (já há alguns anos passou a ser proibido ir de carro até ao avião). Continuar até Vík. Na zona de Vik visitar Dyrhólaey e a famosa praia de areia preta e colunas de basalto de Reynisfjara e visitar a cidade e a igreja Myrdal. Seguir para os 700 Km2 de campos de lava de Mýrdalssandur provocados pelas erupções do vulcão Katla. Paragem em Eldfellshraun, na calçada de kirkjugólf, área do vulcão Eldfell, Laki, cascatas Fagrifoss e Skeioarársandur. Seguir para o Skaftafell National Park visitor centre. Dá para dormir aí num pequeno parque de campismo pago (mas não muito caro) com chuveiros.

Campos de lava
Campos de lava Campos de lava créditos: Mundo Magno

3.º Dia

Para quem for no Inverno, a partir de Novembro, é possível visitar as cavernas de gelo em Skaftafell. Outra atividade interessante é caminhar os 3,5 Km até à cascata com colunas de basalto Svartifoss, com direito a passagem por mais duas cascatas, a Hundafoss e a Magnusarfoss. Passeio pelo glaciar de Svínafellsjökull. Fazer um pequeno desvio até à pequenina igreja de Hof com o seu telhado de turfa. E, finalmente, chegada à lagoa de icebergs de Fjallsárlón. Conduzir mais 10Km até à lagoa glaciar de Jökulsárlón e à desconcertante praia dos icebergs, a “Diamond Beach”.

Svartifoss
Svartifoss Svartifoss créditos: Mundo Magno

Nota: É neste ponto da viagem que segue em frente, em direção a Höfn, quem está a fazer a Ring Road e, para quem está a fazer a Golden Circle+, é hora de começar a voltar para trás e dormir novamente no parque de campismo de Skaftafell.

4.º Dia

Muitos quilómetros pela frente mas, com paragens para fazer festas nos cavalos islandeses e para fotografar os incontáveis arco-íris que vão aparecer, não custa quase nada. A primeira visita será ao Fjaðrárgljúfur Canyon, que está num pequeno desvio de 2km de estrada de gravilha mas perfeitamente acessível a carros 2x2.

Fjaðrárgljúfur Canyon
Fjaðrárgljúfur Canyon Fjaðrárgljúfur Canyon créditos: Mundo Magno

A 40 minutos da capital vão encontrar o vale de Reykjadalur que fica num vulcão extinto há 120.000 anos mas que continua com atividade termal e fumarolas por todos o lado e, o melhor de tudo, um rio de água quente. Depois de uma caminhada de 3 km chega-se a um rio com cerca de 50 centímetros de profundidade e água a 35.º/40.º. É possível dormir no parque de estacionamento ou, fazer como nós fizemos para ganhar tempo, e seguir em direção à Península de Snaefellsnes. Dormimos num parque de estacionamento logo a seguir ao túnel que passa debaixo do mar alguns km depois da capital.

5.º Dia

Seguir em direção à montanha mais icónica da Islândia, o Kirkjufell e as suas cascatas, que fica na parte Norte da península perto da pequena aldeia de Grundarfjordur.

Kirkjufell
Kirkjufell Kirkjufell créditos: Mundo Magno

Continuar depois para Arnarstapi, estacionar e caminhar junto à encosta à beira mar até encontrar uma placa a dizer Midgja. É aí o famoso arco de pedra onde dá para caminhar por cima. É tempo de continuar até outro dos lugares mais bonitos da península, a igreja preta de Budir e seguir depois até ao glaciar Snaefellsjökull, o mais pequeno da Islândia mas com um toque de adrenalina extra por estar sobre um vulcão ativo. Outra experiência incrível é uma visita (obrigatoriamente com guia) a um túnel de lava com a provecta idade de 8000 anos, o Vatnshellir Lava Cave. Finalmente, mais um pequeno segredo, uma das poucas hot springs da península e muito pouco conhecidas pelos turistas, as Landbrotalaug Hot Springs (N64°49.933 W22°19.110).

Se ainda tiverem tempo neste dia, ou na manhã seguinte antes de seguirem para o aeroporto, pois fica perto, parem para um mergulho na Blue Lagoon. Não se esqueçam que que é preciso reservar a vossa hora online.

Blue Lagoon
Blue Lagoon Blue Lagoon créditos: Mundo Magno

Se chegaram até aqui, de certeza que vão gostar de ler também este texto: Auroras boreais na Islândia

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