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Existem conexões rápidas entre as principais cidades e um itinerário feito em cima dos carris pode facilmente combinar um pouco de cultura, história, boa comida, as maravilhosas paisagens das Highlands e, para quem aprecia, o inevitável copo de whisky.

DIA 1 E 2 - EDIMBURGO

Há vários voos diretos de Lisboa e Porto para Edimburgo, por isso este roteiro começa e termina na capital da Escócia.

Chegando ao Aeroporto de Edimburgo apanhem um elétrico para St Andrew Square. É boa ideia arranjar uma acomodação nesta zona da cidade porque muitas atrações e a estação ferroviária Edinburgh Waverley de onde partem os comboios para as outras regiões da Escócia ficam próximos desta Praça (a estação está a cerca de 5 minutos a pé).

O elétrico passa a cada 7-10 minutos, a viagem leva 35 minutos e o bilhete custa à volta de 6,50 libras.

Uma vez instalados no vosso hotel, hostel ou alojamento local preparem-se para explorar a cidade começando por uma visita ao Castelo de Edimburgo — uma atração a não perder!

Castelo de Edimburgo, Escócia
Castelo de Edimburgo, Escócia Castelo de Edimburgo créditos: Unsplash

Fica bem perto da estação Edinburgh Waverley e basta uma caminhada (ligeiramente íngreme) de 10 minutos até à entrada. Há visitas guiadas regulares que partem da ponte levadiça e guias áudio para quem preferir fazer a visita por conta própria.

São mais de 900 anos de história real escocesa para descobrir. Não deixem de ver as Joias da Coroa, o enorme canhão do século XV e o elegante Grande Salão. As vistas sobre a cidade e sobre o Estuário do Rio Forth até Fife também são espetaculares.

Saindo do Castelo percorram a histórica Royal Mile que desce pela colina até ao Palácio de Holyrood. Parem para almoçar no Monteiths ( 61 High St) e experimentem o haggis, um prato tradicional da cozinha escocesa. De tarde visitem a Catedral de Santo Egídio onde a Rainha Isabel II  esteve a ser velada e o Museu Nacional da Escócia.

No segundo dia continuem a explorar a Royal Mile e descubram um dos locais mais incomuns de Edimburgo — Mary King's Close. Escondido, sob as ruas da cidade, Mary King's Close é uma rua residencial estreita que remonta ao século XVII. Foi abandonada após vários surtos de peste e agora é uma atração turística peculiar e assustadora. Acompanhem um guia vestido a rigor até ao subsolo e vejam como viviam as pessoas na capital da Escócia há 400 anos atrás.

Depois da visita a Mary King's Close continuem a caminhar pela Royal Mile em direção ao Palácio de Holyrood, residência oficial da Família Real Britânica na Escócia. Está aberto ao público a maior parte do ano e dá-nos a oportunidade de ver a Sala do Trono e de conhecer melhor famosas figuras escocesas como Mary, Queen of Scots.

Palácio de Holyrood
Palácio de Holyrood Palácio de Holyrood créditos: DR

Edimburgo abriga alguns dos melhores restaurantes da Escócia e quem aprecia alta cozinha não pode deixar de jantar no The Kitchin (78, Commercial Quay, Leith), fica um pouco distante do centro da cidade, mas a viagem de táxi ou uber vale bem a pena!

Outra ótima opção (e mais em conta) é o Howie's (10-14 Victoria St.). Fica bem no centro e apresenta um menu de pratos escoceses preparados com perfeição com ingredientes de origem local.

Podem ler mais sobre Edimburgo aqui.

Dia 3 - THE HIGHLANDS / PITLOCHRY

Apanhem na estação de Edinburgh Waverley o comboio para Pitlochry (em direcção a Inverness). Escolham o comboio da ScotRail que sai às 8h37 da manhã e não exige transbordo. Assim chegam cedo e tem mais tempo para explorar a pitoresca cidade de Pitlochry, em Perthshire. A viagem de comboio dura 1h55 e o bilhete sem transbordo custa 25,80 Libras (com transbordo fica por cerca de 12,80).

Podem comprar os bilhetes on-line aqui.

No caminho desfrutem das vistas incríveis e deixem a máquina fotográfica ou o smartphone preparado para fotografar/filmar a passagem pela icónica ponte Forth Bridge.

Ponte Forth Bridge
Ponte Forth Bridge Ponte Forth Bridge créditos: PxHere

Em Pitlochry, como em Edimburgo, escolham uma acomodação perto da estação, para poderem deixar logo a vossa bagagem à chegada (a estação de Pitlochry não tem cacifos para guardar malas).

Seria uma pena visitar as Highlands escocesas e não conhecer a exportação líquida mais famosa da região e do país — o whisky!

Por isso aproveitem a vossa visita a Pitlochry para conhecer a destilaria Blair Atholl que fica a apenas 15 minutos a pé da estação ferroviária da cidade, ao contrário da grande maioria que fica no meio de áreas rurais difíceis de chegar sem estar integrado num tour ou viajar em transporte próprio. Marquem uma visita guiada para descobrir como a cevada e a água são transformadas em whisky e não deixem de fazer uma prova do precioso líquido no final. Podem reservar a visita aqui.

Provar whisky
Provar whisky Provar whisky créditos: DR

Sigam depois a pé por cerca de 10 minutos para o Palácio Atholl e visitem o museu que conta a história deste magnifico edifício desde que foi inaugurado como um estabelecimento hidropático em 1878 até a sua reabertura após a Segunda Guerra Mundial.

Pitlochry é uma daquelas pequenas cidades onde é fácil passar horas a passear e a entrar nas lojinhas de produtos tradicionais. É um ótimo lugar para comprar souveniers como um cachecol de caxemira, um bom whisky ou uma bonita caixa de biscoitos amanteigados para oferecer aos amigos, mas guardem essa atividade para o fim, para não andarem demasiado carregados antes da hora de voltar para o hotel, e sigam em vez disso para a barragem hidroelétrica de Pitlochry. É uma meia hora a andar e pode não ser o lugar mais óbvio para se visitar na Escócia, mas o centro de visitantes é muito interessante e explica não apenas a ciência da geração de energia, mas também a vida dos pioneiros que construíram a barragem do outro lado do rio Tummel. Ali fica igualmente a famosa Escada do Salmão, construída para permitir que os peixes migratórios contornem a barragem e cheguem aos locais de desova. De julho a setembro é a melhor época do ano para ver os peixes a saltar. O Centro também possui um café que oferece refeições leves, sanduíches e scones, para além de paisagens espetaculares do lado de fora da janela.

Na parte da tarde apanhem um táxi ou uber para Queen’s View, um miradouro com uma vista incrível, que deve o seu nome à rainha Victoria que ali esteve em 1866. Há autocarros que saem do centro de Pitlochry para este miradouro, mas são poucos e o horário não é muito certo, por isso é mais seguro apanhar um táxi ou Uber (da barragem até Queen’s view são cerca de 20 minutos).

Queen’s View
Queen’s View Queen’s View créditos: Visit Scotland

Jantem no Fern Cottage Restaurant (Ferry Rd, Pitlochry PH16) antes de regressar ao vosso hotel ou alojamento local para passar a noite.

DIA 4 - GLASGOW

Apanhem o comboio das 07h27 da ScotRail para Glasgow. A viagem leva 1h53 e o bilhete custa 11,90 Libras se comprado com antecedência.

A Estação Central de Glasgow tem lugares onde podemos guardar a nossa bagagem, por isso, caso não pretendam passar ali a noite, optem por esta solução.

Glasgow Central fica no coração da cidade, na famosa área comercial "Style Mile”, mas deixem as compras para o fim se estiverem interessados nisso e sigam para George Square, uma enorme praça ladeada pelas Câmaras da Cidade e outros imponentes edifícios. Continuem em frente ou explorem as ruas da Merchant City, construída na época vitoriana pelos prósperos comerciantes de Glasgow.

Glasgow
Glasgow Glasgow créditos: Visit Scotland

A apenas alguns minutos a pé da George Square fica a Galeria de Arte Moderna, na Royal Exchange Square. Procurem a estátua do homem a cavalo do lado de fora e não se surpreendam se ele tiver um cone de trânsito na cabeça – é uma tradição incomum de Glasgow. No interior, as galerias estão repletas de arte moderna de todo o mundo e todas as exposições permanentes têm entrada gratuita! Há também um ótimo café e uma extensa biblioteca.

Glasgow
Glasgow créditos: Unsplash

Apanhem o metro na Buchanan Street ou em St Enoch para Hillhead. Não há perigo de se perderem, pois há apenas uma linha que corre em círculo. Saiam em Hillhead para a rua Byres Road, o centro da área estudantil de Glasgow. Aqui não faltam lugares para comer algo rápido e barato. Comprem sanduíches ou sushi e façam um piquenique no Jardim Botânico, na extremidade superior da Byres Road. Depois de almoçar não deixem de visitar a estufa tropical Kibble Palace e ver as suas orquídeas exóticas.

Uma das joias escondidas de Glasgow é o fascinante Museu Hunterian. Fica dentro do prédio principal da Universidade de Glasgow e a apenas 20 minutos a pé do Jardim Botânico. Tem uma mistura eclética de exposições que cobrem tudo desde arqueologia romana a instrumentos científicos vitorianos. É muito interessante e a sua entrada é gratuita.

A Universidade de Glasgow tem vista para o outro grande parque da cidade — Kelvingrove. Dentro do parque está um museu com o mesmo nome — Kelvingrove Museum — que atrai multidões desde os tempos vitorianos e mostra todos os aspetos da história de Glasgow. Abriga uma das maiores coleções de arte da Europa e no andar de cima destaca-se a pintura “Cristo de São João da Cruz” do surrealista espanhol Salvador Dali. A entrada é gratuita.

Se decidirem passar a noite em Glasgow não deixem de ir jantar ou só beber um copo no Horseshoe (17-19 Drury Street). Tem o bar vitoriano mais longo da Europa, tradicional comida de pub e cervejas escocesas.

DIA 5 - REGRESSO A EDIMBURGO

Os comboios de Glasgow para Edimburgo partem da estação Glasgow Central, a viagem leva 1h10 e o bilhete custa 16,10 Libras.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World