Por Fábio Inácio, líder de viagens The Wanderlust e autor do blog Walking Around

O interesse dos viajantes e exploradores por este país do sudeste asiático tem vindo a aumentar graças às inúmeras experiências que o Vietname proporciona, tornando-o num dos destinos mais em voga naquela região do globo.

De Norte para Sul, sugiro 5 experiências que não podem faltar numa visita ao Vietname.

Tam Coc, a Halong Bay terrestre

Conhecida por muitos como Halong Bay Terrestre, graças aos seus afloramentos cársicos em pleno rio, Tam Coc é uma pequena localidade de passagem obrigatória após uma visita à capital do país.

Tam Coc
Tam Coc créditos: Miriam Augusto

Aqui, o contraste entre as formações rochosas, os arrozais e o rio que as contorna em forma de “S” como se de uma cobra se tratasse, é pura e simplesmente encantador. A sua descoberta é feita num passeio em pequenos barcos, que se tornaram famosos pela forma característica como os locais remam, fazendo-o grande parte do tempo com os pés e preconizando um dos ícones desta região. “É mais confortável!”, dizem eles.

A colorida cidade de Hoi An

Um pouco mais a sul, e bem no centro do país, não pode faltar uma visita a Hoi An, Património da Humanidade, classificado pela UNESCO em 1999.

Hoi An
Hoi An créditos: Miriam Augusto

Em tempos um importante porto do sudeste asiático, é hoje a cidade mais pitoresca do Vietname, com a sua fusão de culturas estampada nas suas casas amarelas fazendo as delícias dos seus visitantes.

Mas desengane-se quem acha que visitar Hoi An é só deambular pelas suas ruas apreciando fachadas. A cidade é conhecida pelos seus habilidosos alfaiates, que em poucas horas confecionam roupa à medida, joalheiros, pintores e é também aqui que se encontra o museu do fotógrafo francês Réhahn, mundialmente famoso pelas suas impressionantes capturas do país.

Quando a noite cai, um passeio pela parte velha da cidade oferece um dos mais encantadores momentos de uma passagem pelo Vietname, com lanternas chinesas de todas as cores a enfeitarem as ruas.

Ho Chi Minh City

Já no sul do país, encontramos a maior e mais populosa cidade do país, que em 1957, então denominada por Saigão, foi invadida pelo Vietname do Norte. Em 1976, viu o seu nome ser alterado para Ho Chi Minh, nome do líder revolucionário comunista que morreu durante a guerra.

Ao vaguear pela cidade é fácil encontrar a influência francesa em alguns edifícios, ou não tivessem os franceses tomado conta da Indochina, Vietname, Laos e Camboja, durante vários anos.

Ho Chi Minh
Museu da Guerra em Ho Chi Minh créditos: Miriam Augusto

O Museu da Guerra é um dos principais pontos de interesse da cidade, exibindo fotografias, histórias e relatos bastante chocantes do que aconteceu durante a guerra com os Estados Unidos.

A Basílica de Notre-Dame, construída pelos franceses nesta cidade é outro ponto de paragem obrigatório assim como o edifício dos correios que fica logo o lado, desenhado pelo arquitecto francês Alfred Foulhoux.

Ho Chi Minh é uma cidade muito mais ocidental, não só na sua construção como no estilo de vida da população, muito menos conservadora do que outras localidades mais pequenas. Dessa forma, não é difícil encontrar um roof top para passar a noite a ouvir boa música e a dançar um bocado.

Os mercados flutuantes de Can Tho

O Rio Mekong é um dos maiores rios do mundo, ocupando um papel de destaque nas comunidades da região do Mekong, principalmente pela sua influência na agricultura. Em Can Tho, a maior cidade do Mekong no Vietname, os mercados flutuantes são uma realidade e, portanto, vale a pena marcar no mapa esta localidade como um ponto de paragem.

Mercados flutuantes
Mercados flutuantes créditos: Miriam Augusto

Os vendedores são agricultores que vivem em aldeias remotas, que viajam até ao mercado para vender as suas colheitas a revendedores ou lojistas que vêm em barcos mais pequenos às compras. Cada produtor tem numa estaca bem alta, onde ata na ponta superior todos os produtos que vende, desta forma é fácil sabermos onde nos dirigir para as nossas compras. Normalmente cada agricultor fica entre 2 a 3 dias a vender no mercado, fazendo do barco a sua casa durante esse período, e depois de venderem todos os produtos voltam às suas aldeias.

Esta é uma experiência que ainda nos permite um contacto com um outro tempo, uma forma de vida cada vez mais rara, e que nos relembra que o mundo anda a diferentes velocidades.

A comida de rua

À medida que vamos percorrendo o país, percebemos porque é que toda a gente fala da comida de rua. Pode até parecer repetitivo trazer sempre este assunto de cada vez que se escreve um artigo sobre a Ásia, mas independentemente do país, a comida de rua é algo cultural, estando presente no dia-a-dia das comunidades. Mas acreditem, que no Vietname, isto chega a um outro nível!

Comida de rua no Vietname
Comida de rua no Vietname créditos: Miriam Augusto

Ainda o sol não nasceu e já vê a cada canto, no meio da rua, sentado num degrau ou mesmo num banco de plástico tão pequeno que parece de infantário, alguém a grelhar espetadas de carne ou marisco, a vender sopas ou outra coisa qualquer, muitas vezes completamente impossível de identificar, e já o sol se pôs e as ruas continuam repletas de comida. Desde o pequeno almoço até à ceia o que não falta é comida por todo o lado. Às vezes é difícil de perceber se os vietnamitas trabalham ou se passam o dia a comer! Ficar sentado ao lado de um destes vendedores, onde o inglês não existe, apenas a observar o movimento, a sentir os cheiros e a retribuir sorrisos, é uma experiência incrível.