O Lisboa Pessoa Hotel nasceu do desejo de criar “um projeto que aliasse a hotelaria ao turismo literário e da vontade de divulgar o património português associado à literatura. Assim, Fernando Pessoa, que em quarenta e sete anos de vida escreveu milhares de páginas da mais alta literatura, foi a escolha mais acertada, visto ser um dos maiores poetas da contemporaneidade”, refere António Gonçalves, administrador do grupo.
A homenagem a Pessoa faz-se um pouco por todo o edifício, mas também através de experiências, como é o caso do passeio literário “A Lisboa de Fernando Pessoa” que decorre todas as sextas-feiras às 11h30, gratuito para hóspedes, com Fabrizio Boscaglia, consultor em Fernando Pessoa. Além disso, todos os pisos deste hotel, assim como os 75 quartos, são dedicados ao grande poeta português e aos heterónimos principais: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Também os detalhes arquitetónicos, os livros e as tertúlias são dedicados ao autor.
O hotel tem ainda uma biblioteca completa, a Sala Bernardo Soares, em homenagem ao semi-heterónimo de Fernando Pessoa, ajudante de guarda-livros e autor do Livro do Desassossego, podendo ser consultada pelos hóspedes e ainda um local ideal para eventos como tertúlias, lançamentos de livros e palestras culturais.
O restaurante do hotel, com o nome de Mensagem, é uma homenagem ao único livro de versos portugueses publicado em vida de Fernando Pessoa - é possível encontrar uma cópia original do livro Mensagem à saída do elevador (edição original da obra Fernando Pessoa, Mensagem, Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1934) e algumas vitrines com obras de Fernando Pessoa.
António Gonçalves considera que “um hotel pode ser uma experiência e, então, porque não uma das vertentes do turismo ser literária? Esta foi uma decisão que foi tomada ainda sem sabermos que onde agora está a nossa receção foi morada da Tipografia do Comércio, que imprimia a revista Orpheu”. Na verdade, o Lisboa Pessoa Hotel surge na mesma morada onde existia a Tipografia do Comércio, que em 1915 imprimiu pela primeira vez as duas cópias de Orpheu – Revista Trimestral de Literatura, provavelmente a publicação periódica mais importante da cultura portuguesa contemporânea.
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