Bragança está integrado no Parque Natural de Montesinho, uma área classificada com enorme diversidade faunística e florística, e mergulhar na natureza é sempre uma excelente opção.
O parque pode ser explorado a pé, aproveitando os Percursos Pedestres, mas também com um passeio de cavalo. A Associação Equestre de Bragança apresenta essa oferta, para pessoas que saibam, comprovadamente, andar a cavalo.
Para quem não tem prática ou nunca teve essa experiência, a mesma associação permite em ambiente controlado, no picadeiro, realizar “batismo” a cavalo, isto é, fazer uma primeira experiência, sentir a sensação de montar um animal extramente elegante, mas também muito forte.
Tânia Vidinhas, presidente da Associação, é também a treinadora, com muita prática com animais e com diferentes públicos, já que boa parte da atividade da associação se centra nas aulas de equitação a crianças e na equoterapia.
A Associação Equestre de Bragança está sedeada às portas da cidade de Bragança, junto à aldeia de Donai.
Aproveitando a localização, sugerimos um passeio até ao rio Baceiro, aproveitando parte do Caminho de Santigado da Via de La Plata, com origem em Sevilha e que cruza parte do nordeste transmontano até alcançar novamente território espanhol e chegar a Santiago de Compostela.
Parar à beira rio e refrescar os pés nas águas cristalinas é uma experiência fantásticas, com sensações altamente refrescantes nos abrasadores dias de verão.
Pintar a própria Máscara de Careto
No regresso ao centro da cidade, uma boa ideia para um fim-de-tarde é dirigir-se à Plataforma Arte e Criação, um espaço de criação artística e de formação, com oficinas de pintura e escultura, aulas de desenho, oficina da máscara e conservação e restauro.
Miguel Moreira e Silva é o artista residente e ainda que o seu trabalho seja muito diversificado, nos últimos anos tem-se destacado pela reinterpretação da tradicional Máscara dos Caretos.
“Faço uma reinterpretação da máscara tendo como referência a máscara tradicional”, explica. Começou por trabalhar a máscara em cerâmica, evolui para multimateriais, acrescentando uma marca muito própria “pós-apocalíptica”.
O artista é frequentemente procurado para realizar trabalhos específicos, nomeadamente pelos empresários locais, que querem acrescentar identidade aos seus espaços. Foi o que aconteceu, por exemplo, na Tasca do Zé Tuga, para onde produziu travessas para servir refeições, menus em madeira, e até porta menus, encontrando uma solução de mobiliário com o mesmo motivo dos caretos, para contornar um pilar na sala de refeições, que acabou por resultar também numa rosa dos ventos, com pontos cardinais. Miguel desenvolve ainda o designado Land Art, utilizando os recursos das florestas para as suas criações. Por norma produz máscaras de enormes dimensões, com galhos de árvores, que recolhe do chão, acabando por contribuir para a limpeza das matas.
A experiência mais simples e cômoda de realizar na Plataforma de Arte e Criação, é a pintura de máscaras dos tradicionais Caretos de Podence. A ideia é pintar na rua, que é pedonal. A equipa de Miguel Moreira prepara a máscara em folha de flandres, depois é só pintar a gosto, sendo comum o uso de apenas três cores, vermelho (base), branco e preto.
Não é preciso ter jeito para a pintura, “quanto pior melhor”, refere o artista que tenta estimular sempre a criatividade de cada participante amador.
No final, cada um leva o seu trabalho para casa, uma recordação inconfundível e inesquecível, que carrega a essência da identidade de Bragança.
Uma Catedral de harmonia
Todos os domingos, às 18h00, há missa na Catedral de Bragança.
Ao entrar sentimos uma verdadeira epifania de fé. Olhamos ao fundo, para o painel central, por trás do altar, e rendemo-nos perante a harmonia, sentido o afeto de Jesus, representado por uma figura tridimensional, suspenso, de braços abertos, tendo como fundo a cruz, símbolo de sacrifício e redenção. A seu lado, numa posição mais elevada a Virgem Rainha e Mãe em ascensão.
O painel é formado por 1295 módulos de pasta de grês cerâmica, que conseguem criar “uma matriz geradora de fé, do amor, e da tolerância”, como foi solicitado ao artista que a concebeu e executou, Mestre Mário Ferreira da Silva.
Ao lado o batistério é composto por três enormes painéis, trabalhados pela pintora Ilda David e pelo escultor Manuel Rosa. Um tríptico com o título “Epifania da Graça” composto por pedras, pedaços de mármore, que vieram de cinco países diferentes: azul do Brasil, amarelo da China, vermelho de Espanha, preto da Bélgica e verde da índia. A cada um dos painéis corresponde uma árvore da Diocese de Bragança Miranda: a amendoeira, que a vida e anuncia a Primavera; o castanheiro, que simboliza o pão da vida; e a oliveira, que representa a confiança em Deus.
Foi junto a este tríptico que foi colocada a mais recente e valiosa peça da catedral: o órgão sinfónico.
Único na Península Ibérica e uma referência na Europa, o novo Órgão Sinfónico da Catedral de Bragança tem 3 117 tubos, 64 registos sonoros e 100 comandos distribuídos numa consola de quatro teclados e pedaleira.
Este órgão foi construído, por medida, em Itália, demorou dois meses a ser montado e necessitou de mais um mês e meio para fazer a harmonização com o espaço e a temperatura. Giampaolo di Rosa é o organista titular, o organista residente é Rafael Madanços.
Outra curiosidade deste templo sagrado é o Sacrário, construído com o formato que corresponde ao espaço geográfico da Diocese de Bragança Miranda, também com módulos de pasta de grês cerâmica. Ao centro, o cofre em bronze fundido, com o símbolo de um coração em chamas “que representa o amor de Cristo traduzido nas línguas de fogo do Espírito santo”, explicou Sandra Rodrigues, membro da equipa pastoral da Catedral que guiou esta visita.
Por fim não podíamos de deixar de falar da Capela da Pietá, onde a escultura em bronze da Mãe que acolhe o filho no regaço, representa a piedade, o amor incondicional, o carinho. A Mãe tem os traços de uma mulher transmontana. O autor, Mestre José Rodrigues, não colocou mãos nesta escultura com o intuito de mostrar que a Obra de Deus precisa das mãos dos homens.
Esta visita a Bragança foi organizada pela Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança, no âmbito do projeto MAISBragança, cofinanciado pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Onde comer:
Até 31 de julho é boa opção visitar a Rota do Petisco, por apenas 5 euros é possível experimentar os petiscos mais característicos da zona com bebida incluída.
Restaurante Picantone: a especialidade da casa é frango "picantone" na telha e carne na pedra, mas o menu garante uma oferta bem diversificada.
Taberna do Javali: situada ao lado da Igreja de Santa Maria, mesmo em frente do Castelo de Bragança, este espaço com cozinha de autor, exibe o selo Michelin Bib Gourmand, destacando-se pela relação qualidade-preço.
Cepo Verde: trata-se de Parque de Campismo, equipado com um restaurante regional, onde é possível saborear os pratos mais típicos e característicos do nordeste transmontano.
Trata-se do único parque privado do Nordeste Transmontano em Bragança e está certificado pelo ICNF como empreendimento de Turismo de Natureza e com o selo internacional de qualidade ambiental da “GreenKey” (Chave Verde).
A empresa de Turismo de Natureza tem também uma componente animação turística garantindo roteiros por todo o território.
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Onde dormir:
Hotel São Lázaro: é a maior unidade hoteleira existente em Bragança, com 272 quartos.
Para além das comodidades do alojamento, possui o Sunset Bar, com vistas para a piscina, tratamentos e massagens no Wellness Center e um Ginásio Lifestyle.
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