O Alcabrichel nasce na serra de Montejunto.
Antes de se irmanar com o Atlântico, com exceção no verão em que o areal evita a entrada de água salgada no estuário, o Alcabrichel corre vigiado por enormes escarpas calcárias até à praia de Porto Novo.
Uma ponte marca a parte final do pequeno estuário.
Numa das margens acompanha o areal, noutra, uma encosta ingreme e pouco depois desagua no oceano.
Os reflexos da luz alaranjada dão mais beleza ao cenário, marcado pelo ecoar das ondas.
O rio Alcabrichel chega até aqui por um caminho estreito, entre escarpas e é acompanhado por um percurso pedestre.
Ao final do dia, já no lusco fusco, ouve-se o coaxar das rãs e voavam perto de nós alguns morcegos que vimos sair das escarpas, num local muito alto.
Marta, que fazia parte de um grupo que costuma caminhar no percurso pedestre, pelo meio das escarpas, até ao mar, refere que sente “paz. É apaziguador. É muito bonito. Há um contraste entre a montanha, a praia e o campo.”
As encostas estão cobertas de vegetação. Até parece que alguém com mãos de tesoura andou por aqui a transformar a copa das árvores em veludo.
Há trilhos pelas escarpas. Alguns parecem túneis cobertos de vegetação e Marta já chegou a ir ao topo de uma das escarpas. Dezenas de metro lá no alto. “Tem uma vista muito boa. Nas escarpas da Maceira há caminhos sinalizados até aos pontos mais altos. Fazem trail, há trilhos, caminhos. Dá para escolher.”
O contraste é muito intenso. Na foz, o rio corre aberto, vivo pelo brilho do sol e pelos sons da praia.
Bem diferente do percurso entre as escarpas. Tem uma tonalidade mais sombria, por vezes a refletir o canavial que circunda o rio, ou os brancos do calcário das escarpas.
O silêncio interrompido pelo coaxar das rãs acentua a tranquilidade.
O caminho é até à Fonte dos Frades, próximo de Maceira, e faz parte de uma estância termal.
Há ainda um passadiço faz outro percurso até à foz, entre Maceira e Porto Novo.
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