Com toda a pompa e circunstância, contando com a presença do presidente da República, o Mosteiro de Santa Maria de Seiça foi inaugurado no dia 26 de janeiro, após obras de reabilitação.

O mosteiro, que estava praticamente em ruínas, está localizado num vale da freguesia do Paião, no sul do concelho da Figueira da Foz, junto à linha ferroviária do Oeste e ribeira de Seiça, e teve origem no século XII, embora o edificado atual seja dos séculos XVI e XVII.

A intervenção orçada em 2,7 milhões de euros deu uma nova vida a este monumento que, até então, se encontrava ao abandono, algo que chamou a atenção dos Yellow Jackets, um casal português que viaja em busca de lugares abandonados, em Portugal e pela Europa. Na mira das suas lentes estão palácios, fábricas, mansões, igrejas e tudo aquilo que, apesar do estado de degradação, ainda conserve aquela beleza misteriosa tão característica destes lugares.

Assim, também o Mosteiro de Santa Maria de Seiça foi alvo de uma visita dos Yellow Jackets que lá estiveram antes das obras, em 2020, e, agora, partilham imagens e impressões com o SAPO Viagens.

Quando ouvimos falar da existência de um mosteiro abandonado, com fundação do século XII, ficámos imediatamente fascinados! Como é que era possível um mosteiro carregado de história, estar, atualmente, ao abandono?

Imaginámos cenários tirados do filme “Indiana Jones”, em entradas nos templos antigos com tesouros únicos!

Mosteiro de Santa Maria de Seiça: o
créditos: The Yellow Jackets

Quando visitámos o mosteiro pela primeira vez, ficámos logo estupefactos com o seu exterior. No meio do nada, sem qualquer habitação ao seu redor, encontrava-se este imponente edifício!

A fachada de estilo maneirista, austera, a altura das torres com remates bulbosos, já com pequenas árvores a crescer no seu interior… Era realmente incrível e muito diferente da maioria dos locais abandonados que tínhamos visto até então.

Mosteiro de Santa Maria de Seiça: o
créditos: The Yellow Jackets
Mosteiro de Santa Maria de Seiça: o
créditos: The Yellow Jackets

As cegonhas tinham feito daquele espaço a sua casa e a estrutura externa apresentava claros sinais de degradação.

Quando entrámos, ficámos ainda mais admirados! A grandeza do edifício, a dimensão de cada coluna, as raízes penduradas, o verdete nas pedras. Ainda era percetível o imponente corpo da igreja e algumas alas do claustro, já com a natureza a tomar conta do espaço. O corpo do mosteiro mantinha algumas das dependências, como as celas e a sala do refeitório, também elas muito degradadas.

Mosteiro de Santa Maria de Seiça: o
créditos: The Yellow Jackets

Nós ouvíamos os pássaros a voar dentro do mosteiro, e conseguíamos ver os seus ninhos, mas percebemos rapidamente que aquele local era perigoso. Já existiam algumas pedras caídas no chão e, inclusive, uma das flores de pedra que ornamentavam o topo da torre já tinha caído também. Se uma parte do mosteiro se encontrava a desmoronar, isso poderia indicar que a restante estrutura estaria instável e, a qualquer momento, poderia colapsar.

É, por isso, com a maior alegria que vemos este mosteiro ser finalmente recuperado e a servir o propósito cultural. Permitir a toda a população visitar o local e conhecer a sua história.

Como visitar o mosteiro?

Quem tiver curiosidade em ver como ficou o "depois" do Mosteiro de Santa Maria de Seiça é possível visitá-lo durante os fins de semana de fevereiro entre às 14h e às 17h, exceto nos dias 10 e 11 de fevereiro, data em que se realiza a prova internacional de ciclismo Figueira Champions / Casino Figueira.

Mosteiro de Santa Maria de Seiça
créditos: CM Figueira da Foz

Para mais informação, pode consultar o blogue do monumento.