“Há muita gente a dedicar-se a essa arte desde há muito tempo e, segundo o que nos é transmitido de geração em geração, a Graciosa tem uma apetência muito grande pela música”, afirmou hoje à agência Lusa o diretor da Academia Musical da Ilha Graciosa, José Gabriel Martins, acrescentando que atualmente existem na ilha quatro bandas filarmónicas, vários coros, agrupamentos ligeiros e grupos folclóricos.
José Gabriel Martins, de 54 anos e sócio número um da Academia Musical, adiantou que no passado a música na Graciosa, onde hoje o Governo Regional termina uma visita estatutária, servia para “combater o isolamento, era uma forma lúdica de ocupar os tempos livres e propagação da arte”.
Segundo este responsável, há vários trabalhos publicados que dão conta de que a ilha, com 4.391 habitantes de acordo com os últimos Censos, tem uma grande percentagem de pianos para o número de população.
A Academia Musical da Ilha Graciosa, criada em abril de 1988, tem 40 alunos, entre os 4 e os 16 anos, que aprendem a tocar piano e clarinete, entre outros instrumentos, mas a instituição já chegou a ter 120 alunos, alguns dos quais adultos.
“A academia atravessou um período um bocado controverso por falta de apoios governamentais, mas a situação foi invertida por iniciativa da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa e, portanto, estamos agora a retomar outra vez um período terrível de quase fecho total da escola de música”, lamentou José Gabriel Martins.
Também a Associação de Músicos da Ilha Branca, criada em 2010, se dedica ao ensino da música, além de acolher vários grupos sem sede para ensaios, tendo já ajudado a formar um grupo de música popular.
“Era algo que não tínhamos na ilha”, disse o presidente da associação, Valdemiro Santos, observando que na escola de música há alunos de várias idades que “aprendem a tocar, com gosto, viola da terra, violão, entre outros instrumentos”.
“Durante o inverno tocamos nos bares, depois, quando chega o Carnaval, tocamos nos clubes. São nove os clubes que fazem bailes aqui na ilha. No verão tocamos nas festas de rua”, explicou Valdemiro Santos, 62 anos.
O presidente da associação disse, ainda, que “a música suscita o convívio durante o ano, algo muito importante numa ilha isolada como a Graciosa, que já chegou a receber as visitas estatutárias do Governo Regional com a filarmónica a tocar no aeroporto”.
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