Vila fortificada que se encontra debruçada sobre o rio Minho, no distrito de Viana do Castelo e com os seus agradáveis miradouros, passadiços, monumentos, produtos gastronómicos e gente acolhedora, é hoje destino obrigatório para quem deseja conhecer um pouco mais das raízes de Portugal.

Aqui decorreram combates e disputas, aliás, ainda decorrem, mas sobre isso falamos mais à frente.

As muralhas seiscentistas continuam a guardar o centro histórico, mas antes de visitar o seu interior queremos deixar-vos uma sugestão do que encontramos junto ao rio. A Galiza mail'o Minho, é o nome dado a este passadiço de Monção.

Galiza mail'o Minho
Galiza mail'o Minho créditos: Pedro Sá
Galiza mail'o Minho
Galiza mail'o Minho créditos: Pedro Sá

Do alto da casa do Loreto, atual edifício Câmara Municipal, já é possível ver um pouco da beleza natural e arquitetónica que se avizinha.

Mais abaixo é até possível relaxar num miradouro natural com vista para o Rio Minho, mas não há tempo a perder já que Monção é uma vila repleta de memórias por desvendar.

Galiza mail'o Minho
Miradouro créditos: Pedro Sá

Para quem decidir percorrer este percurso existem imensas zonas verdes, parque infantil e, a grande surpresa reservada para o final, as Caldas de Monção com as suas águas terapêuticas.

Está na hora de entrarmos na fortaleza e descobrirmos todas estas memórias.

Escolhemos a "Porta do Rosal", e que boa escolha!

Precisamente na entrada fomos recebidos com uma "Viagem no tempo 4D" gratuita, local onde nos foi também apresentada a região e onde tivemos até a oportunidade de provar um doce típico, as queijadinhas da "Tineira".

Queijadinhas da
Queijadinhas da "Tineira" créditos: Pedro Sá

Parte das muralhas que rodeavam toda a vila continuam ainda a proteger vários monumentos importantes, entre eles a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia e a Igreja de Santo António dos Capuchos. Se decidirem procurar as três não se esqueçam de refrescarem a vossa visita no fontanário da vila, local de interesse, sobretudo pela sua fachada.

Passar por Monção é sinónimo de provar o vinho Alvarinho e o Cordeiro de Monção vulgarmente conhecido por "Foda de Monção".

O Museu do Alvarinho estava nos nossos planos de visita e a verdade é que vale realmente a pena passar por lá para quem quer conhecer um pouco mais da região e do seu vinho.

Também nesta visita fomos presenteados com outro doce bem conhecido por cá, as roscas de Monção, consideradas 7 Maravilhas Doces de Portugal.

Museu do Alvarinho
Museu do Alvarinho créditos: Pedro Sá
Roscas de Monção
Roscas de Monção créditos: Pedro Sá

Estando no centro da vila, são inúmeros os pontos que podem conhecer, são exemplos a Estátua de Danaide, a Casa Museu de Monção, a Casa do Arco ou a Escultura de Deu-la-Deu Martins, mas vamos conhecer ao pormenor mais alguns pontos de interesse.

“Corpo de Dança” é uma escultura recentemente inaugurada em homenagem ao folclore do concelho que nos surpreendeu pela sua simplicidade e contraste com o lugar onde se encontra.

Já por tradição, decidimos procurar algumas lembranças, quem diria que nessa procura iríamos descobrir ainda mais sobre esta vila.

Praticamente todos os objetos que se encontravam à venda surgiam com a representação de uma figura mítica e isso suscitou-nos a curiosidade que rapidamente foi esclarecida pela senhora que se encontrava na "Ares da Raia".

A figura tratava-se da "Coca de Monção". O “Corpo de Deus – Coca de Monção” é um dos eventos mais relevantes do calendário cultural do Município de Monção.

Coca de Monção
Coca de Monção créditos: Pedro Sá

Monção acompanhou a celebração do Corpo de Deus, ao longo dos séculos, mantendo todo o esplendor religioso próprio de uma grande festa.

No combate entre S. Jorge, padroeiro do reino e que simboliza o bem, e a Coca, dragão que simboliza o mal, o povo anima-se com as investidas e peripécias de ambos. S. Jorge vence se cortar uma orelha e introduzir a lança, por duas vezes, nas goelas da Coca.

Reza a história que, em caso de vitória do cavaleiro, haverá uma boa colheita de vinho Alvarinho. Se ganhar a Coca, os tempos serão adversos e difíceis.

Na fotografia acima vemos a "neta" da verdadeira "Coca" assim nos foi explicado no Posto de Turismo de Monção, lugar onde se encontra esta réplica sendo que a original é bastante maior.

Fortaleza de Monção
Fortaleza de Monção créditos: Pedro Sá

São estes combates que ainda decorrem nesta vila e que vos falámos no início do artigo. Como já devem imaginar, fomos à procura da verdadeira arena onde acontecem anualmente.

Para lá chegarem existe um ponto de referência que não passa despercebido. "Bruma" é uma obra de arte erguida precisamente em cima da ponte onde em tempos passaram inúmeros comboios, comboios esses que se mantêm no imaginário popular da vila de Monção.

Estação de Monção
Estação de Monção créditos: Pedro Sá

Seguir a direção desta locomotiva vai levar-vos exatamente ao largo onde decorre a famosa batalha entre a "Coca" e o São Jorge.

Também próximo desta obra de arte podem conhecer a Estação de Monção atualmente recuperada.

Antes de partirmos desta aventura, decidimos reservar uma surpresa para o final da visita.

Aqui na vila inicia uma das mais belas ecopistas de Portugal e é também o caminho que devem percorrer se decidirem conhecer o último ponto que reservamos para vos apresentar, isto se o quiserem fazer de bicicleta ou a pé. Caso decidam ir de carro também o podem fazer através da N101 (6km de distância).

A Torre de Lapela, conhecida como a melhor varanda sobre o rio Minho e agora batizada como Núcleo Museológico Torre de Lapela, mantém a sua postura imponente e mostra uma silhueta ainda mais atraente, para receber munícipes e visitantes (descrição feita pelo município e que nós comprovamos).

Torre de Lapela
créditos: Pedro Sá

Se vista debaixo já é incrível, imaginem quando chegarem ao topo.

Para saberem mais sobre esta torre, terão de aguardar por um dos nossos próximos artigos.

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Artigo originalmente publicado no blogue Indo eu Indo eu