Localizada no centro do País, próxima da fronteira com Espanha, a região da Beira Baixa é composta pelos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Proença-a-Nova, Oleiros e Vila Velha de Ródão — Seis territórios como propostas únicas, mas absolutamente complementares na experiência que oferecem ao visitante.
Em Castelo Branco, a capital da Beira Baixa, das Aldeias de Sarzedas, São Vicente da Beira e Martim Branco, passando pelo sabor do borrego Merino da Beira Baixa servido à mesa, muitas são as razões que prendem quem por aqui passa.
No centro histórico destacam-se as muralhas e os vestígios do Castelo Templário, assim como o maravilhoso Jardim do Paço Episcopal, classificado como monumento nacional por ser um dos mais originais exemplares do Barroco em Portugal.
Extraordinário é também o Centro de Interpretação do Bordado, parte integrante da identidade da cidade, que através de imagens e exposições, ensina o processo de produção da seda e o cultivo do linho — as duas matérias-primas principais desta arte. Na Oficina-Escola, localizada no primeiro piso, é possível ver as bordadeiras em ação, o que torna toda a experiência ainda mais completa e interessante.
Prefere fugir da cidade? Opte então por fazer um dos Percursos Pedestres da Serra da Gardunha e abrace a natureza.
As celebrações da Páscoa são vividas de forma muito intensa em Castelo Branco e esta é uma das melhores épocas para visitar o concelho e assistir à Procissão do Enterro do Senhor, à Vigília Pascal e à bênção dos ramos no adro da Sé Catedral.
Em Idanha-a-Nova pare em Monsanto. A aldeia, outrora eleita “a mais portuguesa de Portugal”, é um lugar tão extraordinário e único, com as suas casinhas “encaixadas” em enormes rochas, que até já serviu de cenário para a série internacional Guerra dos Tronos: “House of The Dragon”.
Procura o equilíbrio físico e mental? Idanha-a-Nova pode ser a sua resposta. Uma das mais antigas fontes termais do país, encontra-se aqui. Esta fonte termal é considerada a mãe das Termas de Monfortinho, um paraíso natural onde pode descansar e recuperar do desgaste do dia-a-dia. É “um lugar sem tempo e com tempo para tudo”, cuja origem remonta à época dos romanos. Se se interessar por este período da história e por arqueologia, visite a Casa de Átrio e o Arquivo Epigráfico de Idanha-a-Velha, onde vai descobrir numerosos vestígios dessa antiga civilização.
Já se o seu interesse é a paleontologia, não perca o Parque Icnológico de Penha Garcia que integra o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, pertencente às redes Europeia e Global de Geoparques da UNESCO. Aqui foram identificadas diversas formas bem preservadas de icnofósseis que se pensa terem cerca de 480 milhões de anos, altura em que a região era banhada por um oceano cheio de vida.
Se visitar Idanha-a-Nova na Páscoa, não perca a celebração do Sábado Aleluia onde toda a população do concelho e a centenária Filarmónica Idanhense se junta na Igreja Matriz com apitos e chocalhos.
Antes de deixar o concelho não deixe de provar (e de trazer para casa) os borrachões — deliciosos bolos secos, típicos da região. São feitos para durarem muito tempo porque substituem os ovos por azeite, vinho e aguardente.
Terras de Ouro, na Beira Baixa, poderá provar o doce azeite, feito predominantemente com azeitona galega e surpreender-se com os olivais que se prolongam até ao horizonte.
Em Oleiros esteja preparado para cair de amores pela natureza beirã. Algumas das paisagens mais bonitas da Beira Baixa encontram-se aqui!
Escolha entre fazer a mais exigente Grande Rota Muradal-Pangeia, um circuito com aproximadamente 37 km, integrado no Trilho Internacional dos Apalaches, ou a mais acessível Geo Rota do Orvalho, cujos destaques são os Passadiços do Orvalho, a Cascata da Fraga da Água d’Alta e o Miradouro do Cabeço do Mosqueiro. A Geo Rota do Orvalho tem cerca de 9 km de extensão, mas os passadiços só foram construídos em pontos chave do percurso para tornar viável a passagem por zonas mais difíceis e assim, permitir o acesso a um número mais alargado de pessoas.
Acha que vai ficar cansado de tanto caminhar? Não se preocupe. As praias fluviais de Cambas e Açude Pinto em Oleiros, são perfeitas para descansar e para se refrescar nos dias mais quentes de verão.
À mesa também não vão faltar petiscos que ajudem a repor as energias gastas com o exercício físico. Num dos restaurantes do centro de Oleiros, peça um Cabrito Estonado, prato típico da localidade, e acompanhe-o com um cálice de Vinho Callum, um vinho branco, muito ligeiro, de baixo teor alcoólico, que deve ser servido bem fresco.
Se lhe sobrar tempo, não deixe de visitar a encantadora Aldeia de Álvaro, uma das Aldeias do Xisto da região. É uma das designadas “aldeias brancas” porque o xisto que compõe as casas foi todo pintado dessa cor. Aqui pode fazer a Rota do Religioso ou do Percurso das Capelas, O conjunto escultórico do Senhor Morto e das Santas Mulheres por si só merecem uma visita.
O município de Penamacor oferece-nos uma das mais belas áreas protegidas de Portugal — A Reserva Natural Serra da Malcata. Criada para proteger o lince-ibérico e todo o património natural envolvente, abriga várias espécies animais. É um lugar que convida à observação de pássaros e a caminhadas longas ou a passeios curtos, mas sempre sem pressa. Uma série de percursos pedestres permitem descobrir, não só a natureza deslumbrante do município, como também a tradição, a cultura e a história deste local que já foi uma das mais importantes fortalezas da fronteira portuguesa.
Se só puder fazer um percurso escolha a Rota da Vila que passa por algumas das principais atrações de Penamacor e quando o estômago começar a dar horas, pare num restaurante local e experimente as sopas de couve e batata, o cabrito, o arroz com carne, os queijos e o mel de rosmaninho.
Na Páscoa não perca a maior romaria da Vila de Penamacor — A Romaria de Nossa Senhora do Incenso. É um evento intenso, comovente e um dos principais símbolos identitários da comunidade penamacorense.
Já no verão são as praias fluviais de Meimoa e Benquerença que ganham a preferência dos locais e dos visitantes. Ideais para repousar, nadar ou merendar, tem infraestruturas construídas a pensar no bem-estar de todos aqueles que as frequentam.
Localizada entre as ribeiras do Alvito e da Isna, Proença-a-Nova — que já se chamou “Cortiçada” pela abundante produção de cortiça e elevado número de colmeias (também chamados cortiços) que em tempos dominaram a economia da região, — brilha hoje como uma das joias do turismo de natureza português.
Miradouros, monumentos megalíticos, geossítios e fauna e flora diversificada, atraem quem procura ar puro e paisagens deslumbrantes. Existem 8 percursos pedestres disponibilizados pelo município.
Sete dos percursos são circuitos pequenos de dificuldade fácil/moderada e um deles — a Grande Rota da Cortiçada — é uma trilha com 135 quilómetros, apropriada para os mais resistentes, que pode ser percorrida a pé ou de bicicleta, e que permite a descoberta de Proença-a-Nova, das suas gentes e tradições, do seu património histórico e cultural e, acima de tudo, da sua biodiversidade.
A partir do centro de Proença-a-Nova também é possível percorrer os vários pontos do Roteiro das Artes, que passa por obras como a escultura de Carlos Farinha sobre a Cortiçada, ou a intervenção de Yola Vale nas Escadinhas do Duque, entre outros.
O Centro Ciência Viva da Floresta é outro destaque deste concelho onde o convite é experimentar, tocar e sentir a floresta, com atividades disponíveis para toda a família. Os mais aventureiros (e corajosos), podem ainda experimentar o salto tandem no aeródromo de Proença-a-Nova.
Para algo mais calmo, sugere-se uma visita à Aldeia da Figueira, integrante da Rede de Aldeias do Xisto de Portugal onde pode experimentar uma das especialidades gastronómicas da região — Plangaio, um enchido tradicional, semelhante ao maranho e ao bucho que inclui na sua confeção a massa de farinheira a que se adiciona os ossos do espinhaço do porco.
A Encomendação das Almas, é uma celebração a não perder por quem visita o concelho no período da Quaresma. É realizada tradicionalmente a altas horas da noite e em pontos altos das aldeias de Cunqueiros, Galisteu e Chão do Galego.
Aldeia Ruiva, Alvito, Cerejeira, Fróia e Malhadal constituem a rede de praias fluviais do concelho, que no verão são ideais para fugir do rebuliço urbano.
Quem vai até Vila Velha de Ródão nunca esquece a magnífica paisagem e a imponência das Portas de Ródão. Cartão postal do município, a monumental garganta escavada pelo rio Tejo na serra do Perdigão é uma ocorrência geológica natural que atualmente serve de habitat para a maior colónia de grifos do país. Pode-se visitar o local de barco e observar de perto algumas das 116 espécies de aves que aí vivem.
O Castelo do Rei Wamba é outra das atrações. Ergue-se numa escarpa sobranceira ao rio Tejo, sobre as Portas de Ródão e testemunha a importância, ao longo dos séculos, deste ponto estratégico para a definição de fronteiras e defesa do território.
Prove uma sopa de peixe do rio, especialidade local e passe no Centro de Interpretação de Arte Rupestre do Vale do Tejo. Visite a sua exposição permanente e descubra o vasto património arqueológico deixado pelas comunidades pré-históricas da Península Ibérica.
Para conhecer a região mais a fundo, percorra a Rota das Invasões ou escolha outro dos percursos pedestres oferecidos pelo município. São sete ao todo.
Em agosto não perca a Romaria de Nossa Senhora do Castelo, na aldeia de Vilas Ruivas, a mais antiga e tradicional festa do concelho de Vila Velha de Ródão e até da região, pois remonta ao século XII.
Ficou com vontade de partir à descoberta da Beira Baixa e quer saber mais? Passe, entre o dia 1 e 5 de Março, pela Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). O stand da CIM Beira Baixa vai estar lá para o receber!
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