Este monumento natural que marca a paisagem das margens do Mondego junto a Penacova, é, afinal, a grande falha tardi-hercínica de Orense-Bacia da Lousã, que separa a Serra do Buçaco do seu prolongamento — a Serra da Atalhada. Esta é pelo menos a explicação geológica do fenómeno, que pouco pesa no momento de apreciar a beleza deste lugar a que o National Geographic chamou “a biblioteca mais antiga do mundo” porque “guarda páginas do livro da Terra”. Na sua composição, por exemplo, é possível identificar vestígios de um areal de praia com 450 milhões de anos, cuja aparencia simétrica das cristas sugere que se tenha formado pela ondulação do fluxo e refluxo das marés. 

Existe um percurso interpretativo da Livraria do Mondego que se enquadra no projeto transversal “Rios e Zonas Húmidas”, com uma extensão de apenas 800 metros, que permite descobrir a geologia e biodiversidade da região. Desenvolve-se na margem esquerda do Rio Mondego, junto ao IP3, em Penacova, e constitui um segmento da Grande Rota do Mondego.

A vegetação do troço do rio é constituída por espécies como salgueiros, freixos, amieiros, choupos, carvalho-alvarinho, pilriteiro e outras espécies que refletem a influência mediterrânica, como o aderno-bastardo e o medronheiro.

A Livraria do Mondego também é visível para quem circula de carro no IP3, imediatamente na zona da ponte sobre o rio Mondego, junto a Penacova e tem-se acesso direto e privilegiado a este monumento natural a partir da EN2 — a estrada nacional mais extensa de Portugal e a mais longa da Europa.

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