Juliano Mota tem como objetivo inspirar as pessoas a estarem mais conectadas com a natureza e a preservá-la. Através do seu Instagram, podemos acompanhar este explorador natural de Paços de Ferreira, mas a viver em Vila Nova de Gaia, sempre de mochila às costas por algumas das mais belas paisagens de Portugal. Ver auroras boreais na Lapónia foi das experiências de viagem mais marcante que já teve, mas o maior susto foi na Albânia, onde foi ferrado por um cão.
Como/quando começou o “bichinho” das viagens?
Desde cedo, o "bichinho" das viagens já estava presente em mim. Lembro-me das escapadelas para as serras perto de casa, onde eu explorava cada recanto e deixava a minha imaginação voar. Essas pequenas aventuras foram o ponto de partida para um desejo maior de conhecer o mundo.
O ponto de viragem aconteceu quando decidi pegar numa mochila e embarcar numa road trip para os Picos de Europa. Passei meses lá, imerso na beleza da natureza, vivendo cada dia como uma nova descoberta. Essa experiência foi transformadora e reforçou ainda mais a minha paixão pelas viagens.
Mais tarde, encontrei-me nos Alpes Suíços, onde fui visitar a família em Laax, e cada nova paisagem e cultura que descobria só aumentava a minha vontade de explorar e documentar tudo. Desde então, tenho procurado sempre novas aventuras e partilho as minhas histórias e fotografias no Instagram @depesacaminho, para inspirar outros a também descobrirem o mundo ao seu redor.
Viajar é mais do que um passatempo; é uma forma de vida que me enche de energia e me faz sentir verdadeiramente vivo
De que forma tenta inspirar os seus seguidores no Instagram?
O meu objetivo é "influenciar" as pessoas a estarem mais conectadas com a natureza e a preservá-la mais. Tento inspirar os meus seguidores no Instagram partilhando as minhas aventuras e experiências nos trilhos, mostrando a beleza e a serenidade que se pode encontrar na natureza. Através das minhas fotografias e histórias, procuro transmitir a importância de valorizar e proteger o nosso ambiente natural.
Quero que as pessoas vejam como é maravilhoso estar ao ar livre e explorar o mundo que nos rodeia. Ao destacar a flora e fauna locais, as paisagens de tirar o fôlego e as tradições culturais dos lugares que visito, espero despertar nos meus seguidores um maior apreço pela natureza e incentivá-los a adotar práticas mais sustentáveis.
Em cada publicação, a minha meta é inspirar novos exploradores conscientes, que estejam comprometidos com a preservação do nosso planeta, para que possamos todos desfrutar das suas maravilhas por muitos anos.
Além de viajar, gosta muito de…
Mexer na terra e sentir-me conectado com a natureza através da jardinagem. Também gosto muito de fazer aventuras de bicicleta, levando apenas o essencial, explorando novos caminhos e dormindo ao ar livre. Vivo o melhor da vida nesse contacto direto com a natureza. A música é uma constante no meu dia a dia; não passo um dia sem ouvir as minhas canções favoritas.
Ler um bom livro é outra das minhas paixões, tal como acampar com amigos, partilhando histórias e momentos inesquecíveis em volta da fogueira. A fotografia permite-me capturar esses momentos e paisagens deslumbrantes que encontro pelo caminho. E, claro, adoro animais e sinto uma grande afinidade com eles, gostando de estar rodeado pela sua companhia.
Estas atividades permitem-me estar mais ligado com a natureza e aproveitar ao máximo a vida, complementando perfeitamente a minha paixão por viagens.
Viagens mais marcantes e porquê?
Uma das viagens que mais me marcou foi à Lapónia, no Círculo Polar Ártico. Como amante do frio, tive a sorte de estar lá numa altura em que as temperaturas atingiram os -30 graus. Foi no Parque Natural de Abisko, um dos melhores locais do mundo para ver a aurora boreal, que vivi uma experiência inesquecível. Numa dessas noites geladas, testemunhei algo que sempre sonhei desde criança, mas que no fundo nunca acreditei que fosse possível. Vi super auroras boreais a dançar à minha frente, como me desafiassem a dançar com elas. Foi um espetáculo de luzes e cores que me deixou maravilhado, um verdadeiro sonho tornado realidade. Essa experiência reforçou ainda mais a minha paixão pelas viagens e pela natureza, mostrando-me a grandiosidade e a magia do nosso planeta. Foi um momento de pura beleza e conexão com a natureza, algo que guardarei para sempre na minha memória.
Destino que quer regressar e porquê?
O destino que quero regressar é, sem dúvida, a Lapónia. Esta será a minha terceira vez e, se tudo correr bem, será no próximo ano. A Lapónia tem um encanto especial para mim, com as suas paisagens geladas, a serenidade do ambiente e, claro, as incríveis auroras boreais. Cada visita traz uma nova magia e novas experiências, e estou ansioso para voltar a mergulhar nesta terra encantada. A possibilidade de testemunhar novamente as auroras boreais, dançando no céu ártico, é algo que me enche de entusiasmo e expectativa. Mal posso esperar para regressar e criar mais memórias inesquecíveis neste lugar tão especial.
Maior peripécia, susto ou experiência marcante que já passou em viagem?
Estava eu na Albânia, a guiar um grupo de aventureiros pelo Parque Nacional do Theth. Tudo estava a correr às mil maravilhas, com paisagens deslumbrantes e bom ambiente. E, claro, tínhamos um amigo de quatro patas que nos acompanhou durante todo o percurso, um cão simpático e fiel.
Quando chegámos ao fim do percurso, já numa aldeia remota, todos estavam a fazer as despedidas. O nosso amigo canino, que se tinha revelado um ótimo companheiro, decidiu que era o momento perfeito para uma despedida mais "afetuosa". Sem mais nem menos, ele ferrou-me na perna, ficando agarrado ao meu gémeo como se a sua vida dependesse disso. Foi uma surpresa e tanto!
Lá consegui soltá-lo, com mais jeito do que habilidade, e o cão lá foi à sua vida com um último olhar de "até já". Para garantir que estava tudo bem, fui ao hospital de campanha mais próximo, mas a minha maior preocupação era mesmo a história que teria para contar aos meus companheiros de viagem.
Afinal, quem é que pode dizer que foi mordido pelo seu próprio guia canino na Albânia? Momentos como este são os que tornam cada viagem única e cheia de histórias hilariantes para recordar. Afinal, a vida é feita destas peripécias inesperadas!
Considera que os portugueses ainda desconhecem muitos dos tesouros naturais do país?
Sim, acredito que muitos portugueses ainda desconhecem vários dos tesouros naturais do nosso país. É importante incentivar as pessoas a explorarem mais o seu próprio território. Muitas vezes, estamos tão focados em destinos internacionais que esquecemos a riqueza natural que temos tão perto de casa. Promover o turismo interno e a consciência ambiental é fundamental para valorizar e preservar o nosso património natural. Além disso, estas aventuras locais podem proporcionar experiências inesquecíveis e uma maior conexão com a nossa própria terra.
Promover o turismo interno e a consciência ambiental é fundamental para valorizar e preservar o nosso património natural
Dica ou conselho para quem quer explorar mais a natureza.
Quando penso em explorar mais a natureza, gosto de estar preparado para a aventura, mas também de me deixar surpreender. Antes de partir, costumo informar-me bem sobre o local que vou visitar, preparar um kit básico de primeiros socorros e garantir que levo água e mantimentos suficientes. É essencial usar roupas e calçado adequados às condições climatéricas e ao tipo de atividade.
Outra coisa que aprendi é respeitar sempre a natureza. Levo todo o lixo comigo, tento não fazer barulho e evito interferir com a vida selvagem e as plantas. Quanto mais cuidarmos dos nossos espaços naturais, mais podemos desfrutar deles.
E, claro, o mais importante é estar aberto a novas experiências. Cada trilho, cada parque e cada praia têm algo único para oferecer. Gosto de aproveitar cada momento, desligar-me do mundo digital e conectar-me verdadeiramente com o ambiente ao meu redor. Boas aventuras a todos!
Lugar preferido em Portugal.
Pitões das Júnias, com as suas paisagens deslumbrantes, serenidade incomparável e habitantes acolhedores, é o meu lugar preferido em Portugal.
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