As palavras nunca serão suficientes para descrever a beleza deste monumento. Para a perceber, há que o visitar, admirar de perto e conhecer melhor a história que está por trás da sua construção.
Conta-se que foi em 1607 que Shah Jahan, neto de Akbar, o Grande, conheceu a sua amada Mumtaz Mahal. Naquela época, ele ainda não era o quinto imperador do Império Mughal e tinha apenas dezasseis anos, Mumtaz tinha apenas quinze. Embora tenha sido amor à primeira vista, os dois só tiveram permissão para se casar em 1612.
Viveram felizes durante 19 anos e tiveram vários filhos até que, em 1631, uma rebelião obrigou Shah Jahan a dirigir-se para Deccan, a fim de esmagar a revolta.
Mumtaz Mahal estava no final de uma gravidez, mas ainda assim acompanhou-o e acabou por dar à luz uma menina. O pós-parto correu mal e Mumtaz ficou às portas da morte. Shah Jahan correu para o seu lado, mas esta acabou por morrer nos seus braços. Foi enterrada imediatamente (de acordo com a tradição islâmica), perto do acampamento militar onde se encontravam, mas o seu corpo não ficaria lá por muito tempo.
A morte da sua amada causou a Shah Jahan uma angustia tal que ele se isolou de todos e chorou sem parar durante oito dias. Quando voltou a aparecer tinha envelhecido consideravelmente e o seu cabelo estava todo branco.
Quando a revolta foi esmagada, Shah Jahan pediu que o corpo de Mumtaz Mahal fosse desenterrado e trazido até Agra. A procissão fúnebre foi acompanhada, ao longo de 700 quilómetros por milhares de soldados e pela população enlutada.
Cego de dor, o imperador direcionou toda a sua energia a projetar um mausoléu único que servisse de morada final à sua querida esposa. Nenhum arquiteto principal do Taj Mahal é conhecido, por isso acredita-se que o imperador tenha trabalhado diretamente nos planos de construção, com a contribuição e a ajuda de vários dos melhores arquitetos da época. A intenção era que o Taj Mahal representasse o Céu na Terra e Shah Jahan não poupou despesas para fazer isso acontecer.
Em 1632, ano em que começou a construção, o Império Mughal era um dos impérios mais ricos do mundo e isso significava que Shah Jahan tinha todos os recursos para transformar este monumento em algo incrivelmente grandioso.
20.000 trabalhadores, 1.000 elefantes, escultores, pintores, calígrafos e outros artesãos trabalharam nesta estrutura que até hoje nos tira o fôlego.
Foi usado o melhor mármore branco da Índia e Ásia Central e 43 tipos de pedras preciosas e semi-preciosas, incluindo lápis-lazúli do Sri Lanka, jade da China, malaquita da Rússia e turquesa do Tibete foram incrustadas por lapidaristas mughal que aprenderam a sua técnica com artesãos Italianos. Versos do Alcorão foram inscritos em jaspe ou mármore preto e embora feitas de pedra, as letras tem curvas perfeitas e imitam a caligrafia real.
Shah Jahan queria garantir que o seu monumento ao amor fosse o maior de sempre por isso a mesma atenção que foi dada ao edifício foi dada ao jardim do Taj Mahal.
Situado na parte sul do mausoléu, o jardim tem quatro quadrantes e estes estão divididos por quatro "rios" de água — uma importante referência à imagem islâmica do Paraíso — que depois se reúnem numa piscina central. Os jardins e rios são irrigados pelo rio Yamuna através de um complexo sistema subterrâneo de águas.
O mausoléu levou 21 anos a ficar concluído e os custos da construção esgotaram significativamente o enorme tesouro do império. Talvez por isso, Shah Jahan tenha sido afastado do poder por um dos seus filhos e nunca tenha chegado a mandar construir o seu próprio túmulo, que segundo diz a lenda, ficaria de frente para o Taj Mahal e seria uma réplica deste, mas em mármore negro.
O seu legado no entanto, permanece e brilha em Agra, em toda a sua magnificência e glória, para recordar a todos que o visitam, que o amor eterno pode ser real.
"O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo" - Mahatma Gandhi
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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