A  água cristalina e de temperatura moderada do lago Leman convida a atividades náuticas. É o maior lago da Europa Ocidental e marca fronteira entre França e Suíça. A beleza é ampliada pelo recorte das montanhas ao longe, ainda com pontos brancos de neve. Mais próximo, é possível admirar as encostas de vinha, outro cenário encantador. Esta região, de Lavaux, está classificada como Património da Unesco. Associar o período de férias a atividades ao ar livre, entre a montanha e o lago, é cada vez mais uma opção de quem procura descansar. Fazendo base em Vevey, na Suíça, fomos descobrir a região.

Vevey é uma pequena localidade, entre Lausanne e Montreux. Combina um centro histórico cuidado, recheado de lojas pitorescas, com uma zona mais moderna, onde se encontra o edifício sede da empresa multinacional Nestlé.

Suíça: Férias entre o lago e a montanha
créditos: António Silva| C&H

O passeio pedonal, junto ao lago, é o ponto de encontro dos locais que usufruem, em pleno, das áreas públicas. A relva dos jardins é o espaço de eleição para estender a toalha e abraçar os quentes raios de sol que chegam no início de junho. Há quem se banhe no lago, e pelo número de pranchas na água percebe-se que a tendência é o paddle.

Charlie Chaplin terá sido o habitante mais famoso de Vevey. A cidade presta-lhe homenagem com uma escultura à beira do lago. Fora do centro, o Chaplin’s World abre as portas à sua vida, revelando detalhes da intimidade da estrela do cinema cómico.

Em frente à estátua do ator, encontra-se outro dos ícones da cidade: o garfo gigante do artista Jean Pierre Zaugg. A peça integrou a exposição de comemoração do 10º aniversário do museu Alimentarium e acabou por se estabelecer de forma permanente. O museu, dedicado aos alimentos e à nutrição explora a alimentação dos seres humanos nas vertentes histórica, científica e cultural. Muito interativo, apela ao saber através da experiência.

Outra forma de explorar a alimentação em Vevey, de forma muito lúdica, é através da visita ao Nest. O museu conta a história de outro habitante famoso da cidade: Henri Nestlé. Foi aqui que o alemão fundou a primeira fábrica, onde se começou a fabricar a farinha láctea. O museu é recente, com uma arquitetura interior arrojada e foi inaugurado em comemoração dos 150 anos da empresa. A visita divide-se em três áreas: uma feita com guias áudio, em que ficamos a conhecer o início da história da marca. Uma segunda zona, em que temos acesso à sua evolução, quando foram introduzidos novos produtos, a mudança de embalagens, etc. A terceira área leva-nos a refletir sobre as nossas opções de consumo e o seu impacto no mundo que nos rodeia.

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créditos: António Silva| C&H

A melhor forma de conhecer o Lago Leman é através dos sumptuosos barcos a vapor que o cruzam. Vevey é um dos pontos de passagem destes barcos da Belle Époque.

É possível, por exemplo, ir até ao castelo medieval de Chillon, construído sobre uma ilha rochosa, junto a Montreaux.  A sua construção data do século XIII, quando a família dos condes da Sabóia decidiu controlar o caminho e os viajantes que aqui passavam. Pode-se fazer visita guiada ou autónoma (com ou sem audioguias). Há um percurso numerado, que permite passar por todas as salas e proporciona uma viagem no tempo. Revela aspetos da vida quotidiana na idade média assim como posteriores ocupantes.

De barco, na direção de Lausanne, avista-se a vinha de Lavaux. Muitos dos produtores têm as portas abertas a provas de degustação.

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créditos: António Silva| C&H

O Comboio do Chocolate parte da cidade vizinha de Montreux (acessível a 10 minutos de comboio de Vevey) e é um dos passeios mais concorridos da Suíça. Os viajantes embarcam em carruagens de primeira classe, da Belle Époque, e fazem uma viagem panorâmica que inclui visita a uma fábrica de queijo em Gruyères e, da parte da tarde, à fábrica de chocolate Maison Cailler, a mais antiga marca de chocolate suíço. Esta visita permite conhecer a conceção de dois dos grandes produtos da Suíça, assim como degustar as suas diferentes variedades.

No período do almoço, os visitantes têm tempo livre para visitar a pequena localidade medieval de Gruyères. Ergue-se no topo de um monte, com o seu castelo, rodeado por uma muralha. É possível visitar a fortificação, construída no século XIII e com recurso aos objetos expostos, tentar imaginar como seria a vida na época.

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créditos: António Silva| C&H

Outro dos espaços muito visitados é o museu H.R.Giger. Trata-se do artista que desenhou as personagens do filme Alien. As pinturas e as esculturas mais famosas de Giger encontram-se aqui expostas.

Para além da beleza da praça central de Gruyères, a grande atração da localidade é gastronómica. São muitos os que aqui vêm saborear as especialidades da região: o fondue e a raclette, assim como as sobremesas feitas com as natas de Gruyères.

Ir a uma estância de ski no verão? Sim, é cada vez mais uma opção. Permite usufruir da montanha de uma outra forma. Cada vez mais as estâncias abrem durante todo o ano e oferecem condições aos visitantes para usufruir do espaço.

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créditos: António Silva| C&H

O Moléson tem um funicular que o coloca no topo da montanha em poucos minutos, com acesso a um restaurante panorâmico. Há quem suba para descer pelos percursos de trekking. Há também quem opte pelos trilhos mais verticais, através das Vias Ferratas. A base do Moléson é também procurada pelas famílias para piqueniques e os mais radicais aventuram-se na montanha russa alpina. O Bob Luge é uma descida em carris, que pode atingir velocidades vertiginosas.

Um aventura mais arrojada prende-se com a subida ao Glacier 3000. A quase 3000 metros de altitude, este ponto permite pisar neve mesmo no verão. Para além do restaurante panorâmico, destaca-se o acesso a uma ponte suspensa, que liga dois cumes, no topo desta montanha. Passeios na neve, bem como uma Alpine Coaster são outras das atrações do espaço.

A capital da Suíça conseguiu conservar as suas características históricas. O centro histórico de Berna integra a lista de Património da Humanidade da UNESCO pelas arcadas que abrigam o comércio local. O ar medieval e os chafarizes coloridos convidam ao passeio.

A cidade é ladeada pelo rio Aare, que dá um tom único ao cenário medieval. O percurso pela cidade terá passagem obrigatória pela Torre do Relógio, o Parlamento, o Parque dos Ursos e o Jardim das Rosas. Fora da centro histórico da cidade, mas a cerca de 10 minutos de autocarro, encontra-se o Centro Paul Klee. Exibe, de momento, a exposição “Cosmos Klee”, inaugurada, no início de junho, e que pode ser vista até ao dia 28 de outubro.

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créditos: António Silva| C&H

A exposição reúne um conjunto de pinturas conhecidas do artista Paul Klee, assim como outros trabalhos menos convencionais, como marionetas ou desenhos em têxteis. Expostos também estão alguns dos instrumentos utilizados na conceção destas obras, revelando assim um pouco mais sobre as técnicas aplicadas.

“Cosmos Klee” está organizada em onze áreas temáticas, à margem de uma distribuição cronológica. Permite ao visitante explorar a sua área de interesse, sem uma ordem específica. A linha é o elemento central na linguagem visual de Paul Klee.

O C&H contou com o apoio do Turismo da Suíça na realização desta reportagem.

Artigo originalmente publicado em Canela e Hortelã