“(…) um escravo encontrou uma gruta para se abrigar, enquanto tentava fugir da fazenda em que trabalhava. Nessa gruta, um homem entregou-lhe uma carta e pediu que a levasse até seu patrão. Esse homem garantiu, ainda, que mal nenhum aconteceria e que o escravo deveria confiar nele. E assim o escravo o fez. Quando o patrão recebeu a carta, ele ficou impressionado com as habilidades de escrita (o que também garantiu alforria do escravo) e quis, então, conhecer a tal gruta. No entanto, chegando no local, não havia gruta alguma. A única coisa que ali se encontrava era uma estatueta de madeira com escritas indecifráveis. Então o fazendeiro ficou encantado com a beleza única daquela escultura. Imediatamente, ordenou que construíssem uma capela no local — futuramente seria conhecida como a Igreja Matriz de São Thomé das Letras e assim dando origem ao nome da cidade.”
Gostou da história só para começar? Então imagine que ainda há mais pois essa cidade é um dos sete pontos “mais energéticos” do Globo. Desta forma, quem apreciar o espiritismo, sociedades secretas e misticismo (coisas distintas), vai encontrar e sentir tudo em São Thomé. Mas também tem sociedade científicas, tal como identifica a nossa Cariolista! É ver para crer.
Uma cidade de contrastes?
Sem dúvida, pois segundo a nossa viajante do Brasil, a energia que a cidade emana tem dois efeitos diretamente observados: “algumas pessoas prolongam sua estadia (ou até se mudam de vez pra cidade) e já outras, não conseguem passar mais de um dia lá e vão embora”. Curioso, não?
Cães que acompanham o turista em São Thomé?
Uma das experiências que vai certamente ter, será um cão que acompanhará toda a sua trilha na cidade. É tradição. Os cães acompanham desde que aporta na cidade e durante as caminhadas, sobretudo se estiver perdido… o cão que o encontrou na estação rodoviária, aparece de novo. Isto é a verdade e a experiência de muitos viajantes. Há imensos cães de rua com esta ‘missão’. E, ainda se despedem. Sem pedirem nada em troca.
Sensações, mais do que lugares?
Visitou cachoeiras pois são lugares clássicos a explorar naquela zona, mas a nossa Cariolista conta: “eu me senti como se estivesse na praia (…) sabe quando você está caminhando na orla (…) essa cidade é mágica”. A blogger chama a atenção das pessoas para olharem e visitarem mais o Brasil e que “não vê a hora de voltar a São Thomé”. Um dos seus objetivos em 2022 é conhecer o Brasil, pois sente que é hora de viajar dentro e não investir tanto nas viagens no exterior. Ela aconselha vivamente que os brasileiros conheçam mais o seu lindo país. Eu acredito nesta carioca que tem muito conteúdo de São Paulo, daí o nome do seu perfil Instagram: Cariolista.
Como fotógrafa, perguntei sobre os ângulos e preferências. Ela prefere selecionar espaços e momentos espontâneos. Foca bastante São Paulo, mas aventura-se cada vez mais pelo seu país todo. Recomendo que leiam a escrita soberba da Cariolista, pois parece poesia em cada fotografia. E, ao mesmo tempo, ela guia – através da sua escrita -turistas e locais. Confessa que tem seguidores que, efetivamente, se orientam pelas suas dicas. E ‘isso gera uma corrente’. A Cariolista deixa uma mensagem de gratidão aos seus seguidores e viajantes. E leitores. Agora é a vez de nós, portugueses, lermos e viajarmos sob o candeeiro mágico da Cariolista. Ela, todavia, não investe no número de seguidores, o que lhe interessa é “ajudar as pessoas a descobrir esses lugares”. E aqui relembro São Thomé das Letras.
Qual o conselho que dás ao turista brasileiro e ao turista estrangeiro?
Mais de uma semana é o mínimo que ela aconselha para o roteiro clássico e “explorar a cidade com o olhar de morador”. Tudo muda se for nessa lente de morador. Claro que ela sugere que é preciso mais tempo para conhecer o Brasil. Antes de sairmos da entrevista, ela recomenda algo aos visitantes e que me marca: “acima de tudo respeito pela cultura, pelas pessoas”. E reforça “viver a experiência como um todo (…) você vai sentir-se tão acolhido”. E eu confirmo isto, pois o Brasil já me acolheu três vezes, em três estados diferentes. E acolheu em jeito familiar, sobretudo em Espírito Santo.
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