Património Mundial da UNESCO, Metéora é um santuário, preservado por monges ortodoxos que ocupam este local há centenas de anos. Inicialmente, viviam em cavernas, como eremitas, procurando a comunhão com Deus, depois construíram os seus mosteiros bem no topo dos picos rochosos. Para sobreviver, tinham de usar longas escadas de corda ou de madeira para transportar comida e água.
Cada pico ou montanha de Metéora tem um nome, dado pelos habitantes locais, baseado na sua história. A “rocha do prisioneiro”, por exemplo, é um pico imponente, onde os monges eram exilados para viver como eremitas, se quebrassem as regras.
Metéora chegou a abrigar 26 mosteiros ortodoxos gregos, mas hoje abriga apenas seis (quatro mosteiros e dois conventos). São eles: Megálos Metéoros (Grande Meteoro ou Mosteiro da Transfiguração), Varlaam, Ágios Stéphanos (Santo Estêvão), Ágia Tríada (Santíssima Trindade), São Nicolau Anapausas e Roussanou.
É possível visitar os mosteiros, pagando uma entrada. As mulheres devem se vestir de forma conservadora. Não são permitidos calções ou saias curtas (mas os mosteiros emprestam saias longas para usar no interior dos edifícios).
Megálos Metéoros, fundado por S. Athanasios no século XIV, fica na rocha mais alta do vale e é o mosteiro mais importante da região, mas o Mosteiro Ágia Tríada (Santíssima Trindade) é o mais interessante do ponto de vista arquitetónico. É um dos mosteiros mais complicados de alcançar e ficou conhecido por aparecer num dos filmes do James Bond.
Como referi anteriormente, o acesso aos mosteiros era propositadamente difícil. Escadas e cestos eram necessários para transportar mercadorias e pessoas e foi só na década de 20 do século passado que pontes e escadas foram construídas e talhadas na rocha.
Sorte nossa que agora podemos visitar estes locais com maior conforto. Conforto, mas não sem esforço… Para chegar aos mosteiros há que subir muitos e muitos degraus, mas o esforço vale a pena e é recompensado por vistas impressionantes da paisagem circundante.
O Mosteiro Roussanou, comparado com os outros mosteiros, é mais acessível porque fica numa elevação mais baixa. Inicialmente fundado por monges, este mosteiro ficou muito danificado durante a Segunda Guerra Mundial e foi convertido num convento em 1988.
O Mosteiro Varlaam é o que tem mais pontos de interesse. Possui um bonito pátio central e abriga uma capela cheia de frescos do século XVI. Neste mosteiro pode-se ainda visitar um pequeno museu e a sacristia.
Ao entrar na sacristia, fiquei a imaginar a existência tranquila que estes monges levaram, durante tanto tempo longe do caos do mundo, agora irremediavelmente comprometida pelo turismo de massas. Suponho que é o preço da modernidade (e dos interesses económicos). Ainda assim, senti-me agradecida e privilegiada de poder visitar um lugar tão especial.
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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