A ida ao delta do Mekong foi num programa turístico de um dia a partir de Saigão, Vietname.
Tendo em conta as circunstâncias, não correu mal e é interessante, para quem não tem muito tempo disponível, porque se fica com uma ideia sobre o modo de vida de uma região de mais de 39 mil km2.
O caminho por estrada demora algumas horas mas revela-se interessante porque se aprecia uma realidade diferente das cidades.
Um mundo mais rural, aparentemente com mais tempo para conversas e com menos poluição.
A estrada tem muito movimento e as scooters estão em todo o lado.
Ao aproximarmo-nos da zona do delta, começamos rapidamente a perceber a influência do rio na região, com um horizonte marcado por arrozais. Um verde intenso que ocupa toda a amplitude do olhar.
Uma breve paragem para refrescar, numa estação de serviço cheia de gente, incluindo muitos turistas. O Vietname é muito visitado, há turistas por todo o lado e, rapidamente, adaptam-se aos costumes locais.
Antes de entrarmos nos sapais, fomos à cidade de Mỹ Tho, a capital e o centro financeiro da província que está no sul do Vietname e fica a 70km de Saigão.
É uma cidade populosa e com a particularidade de muitas pessoas viverem em aglomerados lacustres.
O delta tem numerosos estuários e braços de rio e, por vezes, não se percebe muito bem qual é o fluxo principal do rio. Aqui, em Mỹ Tho, o afluente é o Tiền e há incontáveis barcos, permanentemente para baixo e para cima.
Um movimento incessante de embarcações com várias dimensões e finalidades. Batelões de transporte de mercadorias, de passageiros, pesca… De cores e decorações variadas.
O rio é também cenário para a realização de mercados fluviais.
De notar, o facto de haver muitas mulheres nos barcos, algumas delas sozinhas.
Em algumas áreas, nas margens do rio, era frequente ver-se pescadores com caixas de redes, a ganharem a vida numa faina artesanal.
O rio é fértil para pesca e ainda hoje cientistas descobrem espécies que nunca foram registadas.
Antes de se chegar à cidade de Mỹ Tho, o rio estende-se por uma vasta área e, ao longe, vê-se uma ponte que permite a ligação rodoviária a Saigão.
Não muito distante da cidade fica o templo budista Vĩnh Tràng.
É um dos templos mais conhecidos desta região, muito visitado por turistas e peregrinos.
Tem uma longa história marcada por sucessivas destruições devido sobretudo a conflitos armados.
A construção inicial foi em 1854 e a versão atual de algumas componentes é dos anos 30 do século passado.
O mais marcante são as estátuas gigantes de vários budas. Enormes e brancas.
Uma delas, com um buda sorridente, tem um lugar de oração em frente, onde vários fiéis iam cumprir o seu ritual religioso.
Além das estátuas, o templo tem cinco edifícios. O principal, o edifício central, é de pedra e o trabalho é muito pormenorizado. Os telhados parecem renda feita em pedra.
A fachada é um mix de arquitectura asiática e europeia. Ao lado, há extensos jardins com árvores centenárias.
No total, o templo ocupa uma área de 2 hectares. A entrada está murada e no topo da porta principal há também estátuas.
Por último, a visita ao sapal.
Nova viagem de barco, mas aqui tudo é diferente.
Um canal estreito, a água mais amarela, devido à erosão nas margens, e vegetação muito densa e verde.
Sente-se quase silêncio quando o barco deixa de ter o motor em movimento.
Imagina-se os momentos de tensão quando do conflito entre os vietnamitas e os norte-americanos, o stress de andar por aqui sem se ver quase nada à frente.
No sapal tivemos a componente mais “turística”. Almoço seguido de música tradicional. Vários cantores e instrumentistas num palco improvisado.
Como não podia deixar de ser, também havia um serpente. Esteve muito tempo fechada num saco de pano, numa cadeira ao lado dos turistas que deram um Ai quando souberam que estiveram sentados muito tempo ao lado do réptil.
A desgraçada da cobra teve depois de andar ao pescoço de alguns turistas.
Outra "ameaça" eram as abelhas. Têm muitas colmeias e mostravam aos turistas algumas placas naturais onde as abelhas produziam o mel.
Bem mais interessante foi assistir à produção artesanal de caramelos. Muitas mulheres e crianças confeccionam caramelos à base de coco.
Partem a casca e fazem a cozedura num forno metálico. Depois moldam, cortam e embalam.
Tudo aqui, no meio do sapal.
Através dos turistas conseguem logo algum escoamento do produto. São bons.
Este é um programa que pode ser feito por gente de todas as idades.
Não exige grande esforço físico. Água e proteção solar são os únicos requisitos.
Veja a galeria de fotos desta viagem ao Vietname
Comentários