Hegra, também conhecida como Al-Hijr ou Mada’in Saleh, está localizada na parte noroeste da Arábia Saudita, perto da cidade-oásis de Al Ula. Acredita-se que tem pelo menos 2.000 anos e que a sua construção terá decorrido entre o primeiro século a.C. e o primeiro século d.C.
As ruínas de Hegra, tal como as de Petra (que ostenta o título de uma das sete maravilhas do mundo moderno), incluem uma impressionante necrópole com túmulos esculpidos nas rochas de arenito que se erguem, na extensa paisagem do deserto saudita, como fantásticas obras de arte.
Os Nabateus eram um povo nómada do qual se sabe pouco. São raros os registos históricos sobre a sua vida quotidiana. Os seus incríveis locais de descanso final, em Petra e Hegra, são o maior testemunho da sua civilização.
Hegra, em tempos um centro próspero de comércio posicionado ao longo das principais rotas de especiarias e incenso, terá atingido o seu apogeu durante o século I d.C., quando se tornou o assentamento mais meridional do Reino Nabateu, a cerca de 480 quilómetros da sua capital, Petra.
Anexada pelo Império Romano, entrou em progressivo declínio até ser finalmente abandonada e esquecida.
Durante muitos séculos os segredos de Hegra ficaram enterrados na areia, sendo a cidade antiga mencionada, apenas ocasionalmente, por peregrinos a caminho de Meca, que a utilizavam como estação de abastecimento de mantimentos e de água ao longo da rota do Hajj.
Petra tem uma história semelhante, mas foi redescoberta no início do século XIX e as suas ruínas já foram muito estudadas, Hegra, porém, permanece em grande parte desconhecida. O seu potencial para nos ensinar mais sobre a extinta cultura nabateia é enorme. Mais de 30 dos seus 111 túmulos monumentais apresentam inscrições bem preservadas que contém detalhes sobre os seus proprietários e, no seu interior, foram encontrados artefactos como contas de vidro, colares de sementes e pulseiras de bronze que deram aos historiadores uma ideia de como teria sido a vida naquela época.
A visita a Hegra começa no Welcome Center (Centro de Acolhimento), onde os turistas são recebidos com tâmaras, sumos e chávenas de café saudita, antes de partir com um guia, num autocarro turístico ou num Land Rover (mais caro e para pequenos grupos) para explorar o local. Há também tours à noite, para quem preferir experimentar a magia deste local à luz das estrelas.
Os guias tem um conhecimento aprofundado da fascinante história de Hegra e acompanham os visitantes até alguns dos maiores destaques das ruínas, como o Siq, uma passagem estreita natural; Al Diwan, uma enorme cavidade com três bancos, escavada na rocha que, acredita-se, tenha sido utilizada como salão para banquetes sagrados; Face Rock, uma formação rochosa que se assemelha a dois rostos humanos; Jabal AlAhmar (A Montanha Vermelha), onde um colar muito antigo, feito de caroços de tâmaras foi descoberto num túmulo escavado nos últimos anos; Jabal AlBanat (A Montanha das Mulheres), considerado um dos maiores aglomerados de túmulos comissionados por mulheres ou feitos para estas, que podem ser percorridos a camelo ou a pé e Qasr al-Farid, (Túmulo de Lihyan filho de Kuza), um túmulo nabateio do século I d.C., esculpido numa única e enorme rocha, isolado do resto dos túmulos, na parte sudeste de Hegra. Embora inacabado é um dos marcos mais impressionantes deste sítio arqueológico.
Muitos visitantes combinam a sua visita a Hegra com visitas a outros locais históricos próximos como o Vale de Jabal Ikmah, a que os sauditas chamam “biblioteca ao ar livre”, por conter uma série de inscrições antigas em aramaico, dadanítico, tamúdico, mináico e nabateu.
Como visitar
Para chegar a Hegra, pode voar para o aeroporto de Al Ula, via Dubai, Riade ou Jeddah.
As visitas guiadas ao sitio arqueológico podem ser marcados através do site oficial de turismo da região, o Experience AlUla.
Se quiser ficar hospedado na região, há muito boas opções de alojamento como o Hotel Banyan Tree AlUla, Habitas AlUla ou Caravans by Habitas, isto só para mencionar alguns.
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