Sair de Mrauk-U é tão difícil como lá chegar. Todo o caminho entre as montanhas tem de ser feito novamente, mas para mim esta viagem de Mrauk-U para Yangon foi ainda mais dolorosa. A viagem dura cerca de 24 horas e, como a parte das curvas e contra curvas é feita durante o dia, não consigo adormecer e tenho de enfrentar tudo acordada. Confesso que me senti enjoada e só queria não ter de estar naquele autocarro. Era tudo o que queria nesse dia. Mas, felizmente, nem eu nem outro dos passageiros se sentiu indisposto ao ponto de vomitar, pois tenho ouvido histórias de outros viajantes que não tiverem a mesma sorte, o que tornou a viagem deles pior ainda. Mas como já referi, vale a pena todo o esforço.
Yangon é a maior cidade do Myanmar. Já lá tinha estado e não me tinha agradado muito. Desta vez explorei-a na bicicleta Ympek, o que tornou a experiência bem peculiar. Não se vê nenhum turista de bicicleta na cidade. Só eu, ou pelo menos não cruzei com mais nenhum. Andar de bicicleta aqui é complicado e caótico. O trânsito é muito intenso e são poucas as bicicletas que andam no meio dos carros. É stressante por vezes, já que aqui as regras de trânsito não são para cumprir à risca. Toda a atenção ao que se passa em redor é necessária. Tenho de lidar com os carros, as motas que vêm em contra-mão, as pessoas que andam no passeio e fora dele e, de repente, se colocam à minha frente... Complicado e desafiante, mas excitante.
No entanto, gosto de explorar a cidade de bicicleta. Na periferia o trânsito é bem suportável e até percorri algumas áreas em que a quantidade de carros que as atravessava era bem escassa.
Gostei mais de explorar a cidade desta vez e gostei mais de cá estar muito devido às pessoas. As pessoas que conhecemos enquanto viajantes a solo são muito importantes e as que conheci desta vez na cidade fizeram da minha estadia o máximo. Foi super divertido, algo que não tinha sido da primeira vez pois não tinha conhecido outros viajantes interessantes.
Tive a oportunidade de visitar um parque de diversões abandonado no meio da cidade completamente desconhecido dos turistas. É o meu local favorito em Yangon. Tem um pouco de sinistro e encantador, já que os sons dos corvos não se consegue deixar de ouvir enquanto a visão são carrinhos de choque empoeirados e ferrugentos, com a mistura de "milhentos" mosquitos que se encontram na área no final do dia. Nunca estive num sítio com tantos mosquitos. Conseguia ver uns 20 na minha perna ao mesmo tempo. Um horror!
O parque é bem divertido de visitar e cativante de perceber o que terá acontecido para tamanho parque estar engolido por árvores e plantas que tornam o local surreal. Cenário de filme de terror. Ainda conseguimos pôr uma das diversões a baloiçar e encontramos locais a tirar fotos profissionais por lá. Turistas só vimos dois. É um local desconhecido, o que o torna ainda mais interessante.
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