Os holandeses tornaram-se, ao longo da história, particularmente engenhosos na resolução desta limitação, conduzindo à criação de cidades um pouco por todo o país que são, no mínimo, curiosas.
Conhece Bourtange? É uma cidade holandesa cuja disposição se assemelha a uma estrela, totalmente constituída por canais que atravessam toda a cidade. Em tempos uma fortaleza, é hoje um simples espaço de habitação, que beneficia da peculiar disposição das suas casas e dos efeitos curiosos de viver num país cuja relação com a água é de tal forma simbiótica.
A zona de Ijburg, em Amesterdão, tornou-se um bairro residencial no qual os seus habitantes não vivem apenas próximos da água, mas sobre a água! Devido à escassez de espaço para a construção de habitações, os arquitetos Johannes van den Broek e Jacob Bakema conceberam esta zona em 1965, que conta agora com 350.000 habitantes. A construção iniciou-se apenas no século XXI, devido a mudanças de estratégia operadas nas décadas subsequentes, no âmbito das quais a Câmara de Amesterdão optou por construir um bairro ao invés de uma cidade. Apesar das objeções de muitos, em virtude dos impactos naturais que a construção destas casas poderia ter sobre o lago e o seu ecossistema, a obra prosseguiu.
O distrito de Ijburg viria a ser a primeira de muitas comunidades marítimas do país, uma verdadeira cidade flutuante. As casas foram construídas em estaleiros holandeses e transportadas depois para o destino final. As habitações assentam sobre uma base de cimento e espuma, presas a pilares submersos por anéis, o que significa que se podem mover em função do nível da água, impedindo que a água invada o interior das habitações, tornando-as, por isso, imunes a inundações e afundamentos.
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