Fui a Bali em estações de ano distintas e a chuva tropical é um desafio nos meses do Inverno português. Mas, nada se perde, aliás aconselho mesmo a fugirem para Bali na altura de grande frio em Portugal. Os valores das viagens são económicos, mesmo se comprar uma viagem em finais de Janeiro para voar em Fevereiro, por exemplo. A acomodação é igualmente económica e muito confortável. Só que Bali não se pode contar num artigo ou crónica de viagem. E quando se fala de Bali não é o mesmo que dizer que se visitou a Indonésia, mas de facto é a principal atração. Cada recanto de Bali tem uma história. Vou, primeiro, focar Ubud e os seus arrozais de degraus que me faziam lembrar as histórias de encantar. Cada degrau, mais um momento pertinho do céu.
Os campos de arroz de Tegalalang são os mais fotografados, ora vão pesquisar os meus e os # dos viajantes que utilizaram #tegalalang e as fotografias são lindíssimas, nem precisamos de grandes planos ou piruetas pois a paisagem é uma mensagem fotográfica. Quase caí dezenas de vezes e ria imenso de cada vez que acontecia pois a chuva parecia brincar connosco. Um beijo gigante na natureza, foi o que senti ali. E ri, em forma de gratidão, debaixo de uma folha de bananeira, quando a chuva voltou forte sobre o arrozal verdíssimo. Tiraram-me uma das melhores fotos de viagem naquele momento escondida sob a longa folha e senti-me tão feliz que quero que possam sentir o mesmo!
Usem roupa e calçado confortável, há caixas multibanco por todo o lado (dólar americano é o que melhor funciona), muitos supermercados, mas tenham contactos de taxistas para fazerem várias das tours. Os interessados em ir que falem comigo pois tenho três drivers que vos ajudarão em tudo e pelo preço justo. Sim, há preços e preços… e é preciso distingui-los.
Ainda sobre os arrozais… é uma memória muito feliz para quem se atreve a subir, saltar e descer os degraus gigantes. Tudo muito verde tal como Ubud é caraterizado. Na minha opinião Ubud é a parte mais bonita e cultural de Bali, mas os amantes de surf escolheriam Uluwatu pelas praias.
Mas Bali é tão mais. Contudo, nem tudo é perfeito nos destinos mais procurados ou desejados: fujam de Tanah Lot, em Tabanan. A descrição de um templo "esculpido" numa rocha pela própria água do mar é, sem dúvida, atrativo. Ele é lindo de se ver ali no meio do mar e vai ter de se molhar quase todo para chegar até ele. Mas isso é algo fantástico, eu afinal até me costumo assumir uma ‘Tomb Raider’. Mas, esperar numa fila gigante para ser ‘batizado’ com sais e flores por uns senhores muito simpáticos de sarong… não! Experimentei, mas não recomendo. Há algo ali que não flui em termos de energia.
Também evitar Kuta, só se for para comprar souvenirs. Sabem, para mim, o que mais conta é a energia sentida nas pessoas e nos lugares. E Bali é energia, é oração, é silêncio, é amor, por vezes. Vai encontrar milhares de casais, mas vai gostar muito. Cheira a felicidade. E por falar em ‘cheiro’, cientificamente, o sentido que mais nos descreve e nos ‘denuncia’ é o cheiro. Seja nas relações humanas, seja no crime. E quando relembro Bali, quero dizer-vos que sinto todos os aromas indescritíveis de lá. Como uma memória estonteante. Custa-me escrever-vos sobre isto porque sou insuficiente para descrever o cheiro do café às flores. Dos incensos até ao cheiro da água da chuva que ali me parece diferente. Estou a alucinar de forma olfativa? Nem pensar, mas Bali é aroma sobretudo. Sim.
A cultura é tão diferente, mas não nos choca, pois Bali está completamente um hospedeiro bem preparado enquanto espaço turístico. A organização de tours é segura e plena de conteúdos. São todos muito amistosos e… lá vem a memória do cheiro… os hotéis, muito confortáveis e cheios de incenso, são para todos os gostos e bolsos! Fiquei em diferentes hotéis nas viagens a Bali e até em Seminyak me surpreendi com o Grandmas Plus Hotel pois era de uma extrema qualidade e muitíssimo económico. Tinha ficado mais tempo. Por vezes, o receio bloqueia-nos a vista das coisas.
Tenho muito mais para vos contar sobre Bali porque este paraíso de praias e arrozais tem muitos mundos por explorar e vou deixar para uma próxima. Quero que sintam comigo como foi o dia de silêncio em Nusa Penida. Este é outro dos pontos turísticos em que voto um ‘like’ muito forte, não pode deixar de ir: praias e florestas por desbravar. Sabe que Bali está massificado, mas há zonas ‘guardadas’ para si! Calhei visitar Nusa no único dia do ano de absoluto silêncio, sem luz, só velas e incensos. Foi necessária uma capacidade humana tremenda para ter aprendido a esquecer o ritmo do stress ocidental, a estar sem telemóvel e a ouvir o chilrear das aves. Só elas se ouviam. De facto. Mas o incenso foi o que mais me invadiu os meus dias balineses. E os mergulhos na piscina de um hotel maravilhoso onde fiquei. Segredo-vos o nome quando me escreverem de volta, combinado? De lá, parti para Portugal e sinto que a minha alma ficou tão mais alta como o topo de Tegalalang.
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