É um dos edifícios mais curiosos de Canterbury, e um dos mais tortos: The Crooked House (a casa torta) foi descrita por Charles Dickens em 1849, no seu livro David Copperfield, como “uma casa muito antiga que se projetava sobre a estrada… inclinada para a frente, tentando ver quem passava na calçada estreita abaixo”.
Fica perto da rua principal de Canterbury, na Palace Street, e como o seu nome indica, esta casa incomum parece estar prestes a cair. Hoje está reforçada por uma estrutura de aço, por isso é sem medo que podemos entrar na livraria Catching Lives, que ocupa o espaço da loja e vende “blind dates with a book”: tratam-se de livros embrulhados em papel, que compramos sem saber o que são. Custam 3 libras e o lucro das vendas reverte para caridade.
O que mais visitar em Canterbury
Canterbury é um destino popular há centenas de anos. Primeiro por ser a paragem final da peregrinação ao Santuário de St Thomas, e depois porque serviu de inspiração para os famosos Contos de Canterbury — uma coleção de histórias escritas a partir de 1387 por Geoffrey Chaucer.
É uma típica e acolhedora cidade inglesa, com ruas animadas e uma arquitetura interessante. É um local pequeno, ideal para conhecer a pé, mas quem quiser explorar mais longe, pode alugar uma bicicleta ou fazer um passeio num punt (barco tradicional) ao longo do rio Stour.
Uma das maiores atrações é a Catedral. As suas enormes torres são visíveis em quase todas as esquinas, mas só quando atravessamos os portões percebemos a verdadeira magnitude desta Igreja Matriz Anglicana. Os bilhetes de entrada, para além de dar acesso à bela catedral, permitem visitar os jardins e as ruínas da Norman Infirmary chapel (Capela da Enfermaria Normanda).
A uma curta caminhada, por fora das muralhas da cidade, fica a Abadia de Santo Agostinho. Foi construída para sepultar os reis anglo-saxões, mas hoje está em ruínas. É um local tranquilo por onde podemos passear e até fazer um piquenique.
Os Jardins Westgate são um local encantador para explorar ou relaxar. O cenário parece saído de um quadro do século XVIII. É muito agradável passear no rio, sentar na sua beira a observar os barcos ou desfrutar de um piquenique à sombra das árvores antes de nos despedirmos de Canterbury e embarcarmos de volta para Londres.
Um passeio de barco pelo rio Stour que serpenteia preguiçosamente por Canterbury é absolutamente imperdível. Os passeios podem ser personalizados de acordo com os nossos interesses, sejam eles a história da cidade, romance ou até contos de terror.
Podem reservar um cruzeiro fluvial com a Canterbury Punting Company aqui ou simplesmente ficar na fila em Westgate Gardens (Jardins Westgate) para apanhar um barco.
Como chegar
Chegar a Canterbury a partir de Londres é muito fácil, há comboios que saem regularmente das estações St Pancras, Victoria e Charing Cross, sendo o serviço de alta velocidade que parte de St Pancras a opção mais rápida (53 minutos). Os bilhetes custam entre 30 a 60 libras e o National Express que sai de London Victoria e demora cerca de 1h30 é a melhor opção para quem tem um orçamento apertado, já que os bilhetes (se comprados com antecedência) costumam ser mais baratos.
Ambas as estações ferroviárias da cidade — Canterbury East e Canterbury West — permitem chegar ao centro. Saindo em Canterbury East basta seguir as muralhas romanas e em Canterbury West seguir as ruas medievais. Os dois caminhos conduzem ao coração da cidade, mas aconselho descer em Canterbury West porque assim passam logo por Westgate — a única porta medieval sobrevivente das sete originais que existiam na cidade. É uma impressionante estrutura de pedra com 18 metros de altura, considerada o maior portão de uma cidade, do Reino Unido.
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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