Em comunicado, o presidente da ATA, João Fernandes, referiu acreditar que "não será uma operação complicada, uma vez que o Algarve conta com vários operadores e companhias aéreas que garantem ligações diretas aos principais aeroportos do Reino Unido, Alemanha e Holanda", os principais mercados com quem o operador britânico trabalhava.
Aquele responsável adiantou que o Turismo do Algarve está "a acompanhar de perto a situação, juntamente com o Aeroporto de Faro e as associações representativas do setor, no sentido de encontrar soluções para minimizar o impacto da falência do operador no turismo algarvio, apesar de o peso dos turistas que chegam à região por via da Thomas Cook seja pouco expressivo.
Segundo João Fernandes, apesar de se tratar de "um dos operadores com grande tradição no Algarve", este não era, atualmente, "o principal operador" para o destino e o seu peso no turismo da região "é bastante inferior ao que existia" antes.
"A Thomas Cook, que já foi proprietária de hotéis no Algarve, neste momento tinha a sua operação na região assente na venda de pacotes integrados de alojamento e transporte aéreo, o correspondente a cerca de 10 mil passageiros anuais desembarcados, valor este que equivale a 0,2% do fluxo total de visitantes que chegam ao destino via aérea”, ilustrou.
Paralelamente, o Turismo do Algarve está a intensificar os esforços "para suprir as perdas resultantes" da falência da Thomas Cook, nomeadamente, através do "reforço das negociações com outros operadores turísticos" e da realização de campanhas de marketing.
“A nossa expectativa é a de que muitos dos atuais clientes da Thomas Cook possam, muito em breve, encontrar resposta nas companhias e operadores concorrentes”, conclui o presidente do Turismo do Algarve.
O operador turístico britânico Thomas Cook anunciou falência na segunda-feira, depois de não ter conseguido encontrar, durante o fim de semana, fundos necessários para garantir a sua sobrevivência e, por isso, entrará em "liquidação imediata", de acordo com um comunicado divulgado no 'site' do grupo.
As autoridades terão agora que organizar um repatriamento maciço de cerca de 600.000 turistas em todo o mundo, incluindo 150.000 para a Grã-Bretanha.
A grave situação financeira da empresa teve impacto imediato junto de clientes que gozam pacotes de férias no exterior, que não conseguiram sair dos complexos turísticos sem pagar os valores das estadias, mesmo depois de terem pago a estadia à Thomas Cook.
O grupo precisava de arrecadar 200 milhões de libras (cerca de 227 milhões de euros) em fundos adicionais, reivindicados pelos bancos, como o RBS ou o Lloyds.
A empresa, com 178 anos de atividade, tinha previsto assinar esta semana um pacote de resgate com o seu maior acionista, o grupo chinês Fosun, mas tal foi adiado pela exigência dos bancos que o grupo tivesse novas reservas para o inverno.
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