"Tinha que estar aqui para receber as nossas homenagens", diz Sumalee, que veio com os dois filhos de Chiang Mai, a 250 quilómetros de distância."É um herói para todo o país. Salvou os nossos jovens", os doze adolescentes da equipa de futebol "Javalis Selvagens", presos durante mais de duas semanas na gruta inundada de Tham Luang.Antes da operação internacional de resgate, que mobilizou centenas de pessoas dia e noite e manteve em tensa expectativa milhões de pessoas à volta do globo, este lugar, no coração de uma zona montanhosa do norte do país, era lugar calmo, longe dos circuitos turísticos.A  gruta de Tham Luang acolhia 5.000 visitantes por ano antes do acidente com os "Javalis Selvagens", segundo Kawee Prasomphol, responsável pelo local.Este ano, "de outubro a abril recebemos 1,3 milhão de turistas" tailandeses mas também estrangeiros, com máximos às vezes de até 25.000 pessoas por dia durante as festas de fim de ano, comemora.

250 lojas

As autoridades esperam transformá-lo num importante centro turístico da região.

Perto da estátua de Saman Kunan e da entrada da gruta, um centro de informações abriu as suas portas. Abriga uma gigantesca pintura, intitulada "Os heróis", que representa as crianças, na altura com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos, no meio da equipa de resgate, sob o olhar sorridente do primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha.

Lá vende-se de tudo: camisas por sete euros, pins, placas, chaveiros, tudo em torno da história dos "Javalis Selvagens".

E cerca de 250 lojinhas abriram no caminho que leva até ao local, vendendo comida, roupas e lembranças.

Diz a lenda que a montanha onde fica a gruta, chamada "A mulher adormecida", devido ao seu formato alongado, abriga espíritos. Após o bem-sucedido resgate dos jovens, a gruta tornou-se sinónimo de boa sorte, e, por isso, lá se instalaram muitos vendedores de lotaria, muito popular na Tailândia.

"Posso vender até 4.000 bilhetes de lotaria por mês", conta Kraingkrai, um dos primeiros vendedores a instalar-se naquela área.

No entanto, desde o início da época de chuvas, em maio, o fluxo de turistas diminuiu.

Superprodução Netflix

Phitsawphong gere os autocarroes que se revezam para levar os visitantes do estacionamento até àentrada da gruta e está otimista relativamente ao futuro.

O turismo "cria trabalho para os locais. Antes os agricultores da zona tinham que pedir créditos para comprar fertilizante", comenta.

Os habitantes locais esperam a reabertura da gruta, prevista a partir de 2020, e que os muitos acontecimentos previstos em torno da "aventura dos Javalis Selvagens" - especialmente uma superprodução da Netflix - permitam atrair mais visitantes.

O governo destinou cerca de 1,5 milhão de euros para desenvolver o lugar e os arredores, segundo Kawee Prasomphol, responsável pelo local.

A poucos quilómetros de Tham Luang prevê-se a construção um centro comercial, a abertura de restaurantes, hotéis e parques de campismo.

"É normal que as pessoas tentem ganhar dinheiro. Mas é importante que o local conserve um certo aspecto espiritual. Porque aqui ocorreu um milagre com essas crianças", diz Cheong, um turista de Singapura.

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