“Vamos fechar o perímetro urbano para impedir a circulação dos autocaravanistas, porque a freguesia não tem condições para receber tantas autocaravanas durante o verão e ao longo do ano e tem de haver este tipo de restrições”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Porto Covo, Cláudio Rosa.

O aumento do caravanismo e do campismo selvagem tem preocupado os autarcas do litoral alentejano, que se queixam de falta de fiscalização e de legislação para controlar o número de autocaravanas que ocupam estacionamento no interior das localidades e ao longo da faixa costeira.

“Vamos colocar sinalética em vários locais, cerca de 26 placas, a informar da proibição de circulação e pernoita dentro do perímetro urbano, ficando os autocaravanistas com a circulação destinada para os parques de campismo, farmácia e mercado municipal”, acrescentou.

De acordo com o autarca, só na freguesia de Porto Covo existem três parques de campismo, “que cobram uma diária”, e “com capacidade para 320 lugares de estacionamento” para autocaravanas.

“Necessitamos dos estacionamentos porque Porto Covo vai crescendo em termos habitacionais. A área de estacionamento não acompanha essa evolução e temos de criar essa restrição, não só de acesso às zonas balneares, mas mesmo dentro do perímetro urbano porque, na época balnear, certas ruas são intransitáveis”, lamentou.

Perante as constantes queixas dos moradores, Cláudio Rosa referiu ser “impossível fazer um conjunto de regras para os dois tipos de autocaravanistas, porque há os bons e os maus que entendiam que nem deviam pagar uma quantia de três euros para estacionar num espaço gerido por um clube da terra, que acabou por encerrar”.

“Também nas praias já existe sinalética a proibir o estacionamento, mas não cabe à Junta de Freguesia, nem à Câmara Municipal [de Sines] fazer cumprir as regras, mas sim às entidades competentes”, alertou.

O autarca de Porto Covo sublinhou que a interdição “não é uma bandeira” da junta de freguesia “que não está a proibir o acesso" à localidade, mas a “encaminhar para os locais apropriados que são os parques de campismo”.

“Espero que haja um investimento privado para construir um parque de autocaravanas, porque não queremos mandar ninguém embora mas também não podemos ver quase 100 caravanas junto às nossas falésias e não termos estacionamentos disponíveis para as pessoas irem para as praias”, concluiu.