A proposta de Decreto-Regulamentar que cria o Departamento de Investigação Criminal da Boa Vista da Polícia Judiciária (PJ), apresentada pela direção nacional daquela polícia de investigação, foi aprovada segunda-feira, em reunião de conselho de ministros.

Na conferência de imprensa sobre a reunião, realizada hoje, o ministro de Estado, dos Assuntos Parlamentares e da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Elísio, explicou que o orçamento do Estado para 2020 já vai prever verbas para garantir a instalação da Polícia Judiciária na ilha da Boa Vista.

Com cerca de 6.000 habitantes, a Boa Vista é contudo a terceira maior das dez do arquipélago cabo-verdiano, vivendo essencialmente do turismo internacional.

“Cabo Verde, pela sua posição geográfica, estratégica, é um país de emigração e que recebe milhares de turistas, com uma grande mobilidade, muito aberto ao mundo, que facilita a circulação de pessoas e bens com aspetos muito positivos, mas que também tem aspetos negativos”, apontou o governante.

Acrescentou, como aspetos negativos dessa abertura, o tráfico de droga, a lavagem de capitais ou a criminalidade organizada, aos quais, afirmou, “Cabo Verde tem de dar um combate sem tréguas”.

“E como sabem, a Boa Vista é uma ilha com grande potencial turístico, que está a ver a sua população aumentar e o seu processo de desenvolvimento a sedimentar. Tendo em conta esses aspetos, pela circulação de pessoas que se faz na ilha, pela dinâmica económica, pelo aumento da população, torna-se necessário criar especificamente para a ilha da Boa Vista um Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária”, sustentou Fernando Elísio.

A criação do Departamento de Investigação Criminal da Boa Vista, disse ainda, vai permitir à Polícia Judiciária “aumentar a capacidade de cobertura a nível nacional e reforçar a sua ação no terreno, e melhorar ainda mais o combate e a investigação à criminalidade organizada”.

“Isso dá toda a garantia de que Cabo Verde irá continuar a ser um país tranquilo, seguro, na rota do crescimento económico e na rota do desenvolvimento”, concluiu.