Auschwitz-Birkenau, construído no território da Polónia durante a ocupação nazi, é o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha de Hitler contra seis milhões de judeus europeus. Mais de um milhão morreram entre 1940 e 1945 nesse campo, onde mais de 100.000 não judeus também morreram. Mais de 400.000 judeus vieram da Hungria para o campo.
O álbum de fotos em exposição no memorial foi resgatado de uma gaveta nos escritórios da SS por uma sobrevivente, Lili Jacob Zelmanovic, nascida em 1926 em Bilky, Hungria.
São quase 200 fotos que o historiador Tal Bruttmann, curador da exposição, mostra na forma de um enorme livro digital que reproduz o álbum em grande escala e, de seguida, através de uma análise detalhada de algumas das imagens noutras salas.
“Trata-se de mostrar o que não vemos, mesmo que esteja bem debaixo dos nossos narizes”, explicou Tal Bruttmann à imprensa.
Uma simples foto de um pequeno grupo de mulheres que olham diretamente para a câmara, na realidade, esconde a iminente entrada do grupo numa câmara de gás.
O fotógrafo, provavelmente, tirou a foto muito perto da entrada da câmara de extermínio.
Noutras fotos, “vemos mulheres a cobrir o nariz com um lenço”, um sinal do “cheiro da morte” no campo, acrescenta Bruttmann.
“Esse é o cerne da exposição: não apenas mostrar as imagens, mas também refletir sobre o que elas nos mostram”, explica o historiador, que está a trabalhar numa nova edição do "Álbum de Auschwitz".
Sobre a construção e o trabalho diário de extermínio em Auschwitz-Birkenau, há “centenas de álbuns de fotos”, que costumavam acompanhar documentos oficiais, mas alguns ainda estão em mãos privadas, desconhecidos do público, explica.
“Auschwitz era uma cidade, à volta da qual havia um tráfego ferroviário considerável. É possível ver isso em algumas das fotos. Há uma estação na cidade e milhares de pessoas passavam por lá todos os dias. Noutras palavras, o lugar não era desconhecido”, nem isolado, lembra o historiador.
Há 80 anos, Auschwitz era libertado pelas tropas soviéticas. A comemoração oficial da libertação vai decorrer a 27 de janeiro.
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