A iniciativa Rising Nations foi anunciada durante um evento em paralelo à Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, pelo primeiro-ministro de Tuvalu, Kausea Natano, e pelo presidente das Ilhas Marshall, David Kabua, com o apoio de países como a Alemanha, os Estados Unidos e o Canadá.

“A crise climática está a criar um futuro cada vez mais incerto para as pessoas na maioria dos lugares do mundo”, disse Natano.

"Paradoxalmente, na minha região, o Pacífico, está a tornar o nosso futuro cada vez mais 'certo', mas não de uma forma que ofereça qualquer tipo de conforto", desabafou.

As nações insulares do Pacífico representam apenas 0,03% das emissões globais, mas, neste século, podem perder um território considerável. Algumas, inclusive, vão-se tornar inabitáveis, mesmo que o mundo cumpra a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento de longo prazo a 1,5ºC.

Nesse sentido, Tuvalu, Kiribati e as Ilhas Marshall pedem um acordo global que garanta aos seus Estados uma "existência permanente", além do tempo de vida habitável dos seus atóis.

A iniciativa contempla um plano de quatro pontos: reafirmar o compromisso da comunidade internacional em preservar a sua soberania; lançar um programa de adaptação para aumentar a resiliência e proteger a sua subsistência; criar um repositório do património cultural das ilhas; e apoiar as nações na obtenção do "status" de Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

"Sabemos que, mesmo com um aumento da temperatura global média de 1,5°C, as nossas terras eventualmente submergirão", disse Kabua.

“Agora procuramos a mesma associação profunda da comunidade internacional para preservar nosso direito à nacionalidade no futuro, conservando plenos direitos à nossa identidade nacional e mantendo o nosso rico património”, acrescentou.

O aumento do nível do mar já está a ameaçar os atóis do Pacífico, contaminando os seus aquíferos com água salgada, provocando marés mais altas, aumentando a intensidade de tempestades e inundações, além de enfraquecer as defesas naturais.

O branqueamento dos recifes de coral está a reduzir as populações de peixes e a colocar o turismo em risco, a aumentar o custo de vida e a obrigar as pessoas a deixarem as suas casas.