Christopher Jon Sprigman e Christopher Buccafusco, ambos professores de Direito na Universidade de Nova Iorque, decidiram realizar um estudo online com o objetivo de saber qual o valor que reclinar o banco no avião representa para as pessoas. Tendo em conta que reclinar o banco é um direito adquirido por qualquer passageiro quando compra o seu lugar, será que estaria disposto a pagar um extra para o fazer?
Para descobrir a resposta a esta pergunta, os professores universitários e autores do estudo entrevistaram centenas de pessoas e descobriram que os passageiros querem ser recompensados monetariamente por aquele espaço num valor acima do que aquele que os que reclinam o banco estariam dispostos a pagar. Ou seja, os passageiros que queriam reclinar o banco estariam dispostos a pagar 12 dólares/10 euros à pessoa detrás. No entanto, o passageiro detrás só abdicaria do seu espaço por cerca de 39 dólares/34 euros. Por outro lado, o estudo também revelou que o passageiro estaria disposto a pagar 18 dólares/16 euros ao da frente para impedi-lo de reclinar o banco, mas essa pessoa só aceitaria um valor de 41 dólares/36 euros.
Um dos autores do estudo resolveu fazer uma outra experiência, substituindo o dinheiro por pequenas ofertas, como bebidas ou snacks. E os resultados acabaram por ser muito diferentes da experiência anterior: 36% dos que queriam reclinar o banco mostraram-se dispostos a oferecer algo ao passageiro detrás, e 78% dos participantes estariam dispostos a aceitar essa mesma oferta.
Um dos autores do estudo tem, inclusive, colocado esta experiência em prática durante os seus voos. "Quando pretendo reclinar o meu banco, eu digo à pessoa que se encontra atrás de mim: gostaria de reclinar o banco, mas não quero incomodá-lo. Posso oferecer-lhe uma bebida ou um snack? Houve uma pessoa que aceitou a bebida, mas a maior parte até diz "deixe estar, não é preciso comprar-me nada. Recline o banco à vontade".
Christopher Sprigman acredita que a sua pesquisa e o colocar em prática normas de cortesia aumentariam a satisfação do cliente nas companhias aéreas. "Tendo em conta ao que temos assistido recentemente nas companhias áereas, com pessoas a serem espancadas e arrastadas, penso que as normas de cortesia seriam algo de muito útil", acrescenta.
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